Um relatório de uma comissão do parlamento britânico recomendou às agências dos serviços de informações do Reino Unido que recrutem mães de família de meia-idade.
“As mulheres e mães de meia-idade dispõem de uma valiosa experiência de vida e poderão oferecer uma fonte de recrutamento inexplorada até agora”, segundo um relatório da comissão parlamentar responsável por questões de segurança.
De acordo com a deputada trabalhista Hazel Blears, que coordenou o relatório, as mulheres com filhos, que criaram uma família, “têm uma experiência de vida diferente” que seria útil para esta área.
“Muito do trabalho, em particular no MI5, os serviços secretos internos britânicos, consiste na construção de relações, de confiança” durante meses e anos, argumentou a deputada britânica, numa conferência de imprensa, destacando ainda que o trabalho dos elementos destas agências não é apenas “deslocar-se às cenas de crime”.
As mulheres representam atualmente 37% dos efetivos das agências de serviços de informações britânicos: MI5, MI6 (serviços secretos externos) e GCHQ (serviços de escutas). São apenas 19% em funções de responsabilidade contra 38% na administração pública.
O relatório da comissão parlamentar sublinhou que, apesar dos progressos em termos de diversidade, “existem problemas culturais e comportamentais” no seio dos serviços que dificultam a progressão profissional das mulheres.
“Parece-nos claro que existe uma hierarquia intermédia que tem uma mentalidade e uma visão muito masculina e tradicional”, explicou Hazel Blears, citada no relatório.
A par das mulheres, e após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o foco de recrutamento têm sido sobre pessoas originárias de minorias étnicas.
O relatório parece estar em sintonia com o realizador do próximo filme do agente 007 James Bond “Spectre”, Sam Mendes, que escolheu a atriz italiana Monica Bellucci, de 50 anos, para interpretar uma das “Bond girls”.
“Pela primeira vez, James Bond vai ter uma história de amor com uma mulher madura”, afirmou Sam Mendes, para explicar a escolha de Bellucci, citado pelo diário britânico Telegraph.
/Lusa