PS não terá “coragem” de chumbar o Orçamento. “Pedro Nuno não é doido”

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José Sena Goulão / LUSA

Pedro Nuno Santos interrompido na sessão plenária de discussão do programa de Governo

É a convicção no Governo. “Claro que queríamos ganhar as europeias. Mas seria pior. A vitória sossegou Pedro Nuno Santos”.

O PS vai abster-se ou chumbar o Orçamento do Estado para 2025, quando decorrer a votação em Outubro?

Logo após as eleições legislativas de Março, a decisão foi clara: viabilizar um orçamento retificativo da AD, mas chumbar o Orçamento para o próximo ano. Foi o que saiu da reunião da Comissão Política do PS.

No entanto, o “praticamente impossível” viabilizar o documento – palavras de Pedro Nuno Santos – tem o “praticamente”. E foi surgindo a dúvida.

Agora, o Observador revela que o próprio Governo acredita que os socialistas não vão reprovar o Orçamento do Estado para 2025.

Não terão “coragem” para isso – até porque, caso o façam e haja eleições antecipadas, PS (e AD) acreditam que a vantagem seria para a coligação de direita nesse eventual acto eleitoral: nova vitória da AD, mas com margem maior. Não há sinais de maioria à esquerda em breve.

Pedro Nuno Santos não é suficientemente doido para isso (chumbar o Orçamento)”, comenta um elemento do núcleo duro do primeiro-ministro Luís Montenegro.

Entre as pessoas próximas de Montenegro, acredita-se que eleições antecipadas seria mesmo “o melhor que poderia acontecer” à AD – mas seria “mau para o país”.

O Governo já não pensa que vai durar seis meses. Acredita que conquistou a confiança de milhões de portugueses – ou pelo menos conseguiu margem para ter o benefício da dúvida – e vai governar durante mais tempo do que se pensava em Março.

Continua a estratégia de comunicação: Luís Montenegro aparece pouco e dá a ideia de que faz mais do que fala; a tese de que está mais preocupado com os problemas dos portugueses do que em falar para as televisões.

É um Governo “muito optimista”, longe de crise política e que está a “exceder as expectativas”, acrescenta outra fonte do Executivo.

O mesmo núcleo duro da AD vê um PS com “alguma desorientação”.

Mas há uma incógnita maior, que não é irrelevante: PS e Chega podem abster-se no Orçamento do Estado na generalidade, mas depois chumbar diversas medidas quando decorrer a votação na especialidade. Aí… “Temos de ver o que fazemos na altura. Mas sim, pode não ser sustentável continuar“, indica um elemento do Governo.

E, no meio das contas, até entra um comentário curioso sobre o resultado das eleições europeias, que o PS venceu: “Claro que queríamos ganhar as europeias. Mas seria pior. A vitória sossegou Pedro Nuno Santos, que já não está sob pressão”, analisa outro elemento do Governo.

ZAP //

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2 Comments

  1. Vejam a grave situação de instabilidade política provocada pela Sr.ª Procuradora-Geral, Lucília Gago, e o Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, e que está a trazer graves consequências para Portugal e os Portugueses estando o País, a economia e a sociedade, parados e em estagnação, cenário que se vai manter até Outubro com o Governo e os Partidos na Assembleia da República (AR) em campanha eleitoral para o Orçamento do Estado a tentar iludir os Portugueses ingénuos ou mais distraídos com promessas e quem dá mais.

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