Sonda da NASA aproxima-se de encontro histórico com planeta anão

NASA / JPL-Caltech / UCLA / MPS / DLR / IDA

A sonda Dawn da NASA capturou estas imagens do planeta anão Ceres a cerca de 40.000 km de distância no dia 25 de fevereiro de 2015. Parte de Ceres está à sombra devido à posição atual da sonda em relação ao planeta anão e ao Sol.

A sonda Dawn da NASA capturou estas imagens do planeta anão Ceres a cerca de 40.000 km de distância no dia 25 de fevereiro de 2015. Parte de Ceres está à sombra devido à posição atual da sonda em relação ao planeta anão e ao Sol.

A sonda Dawn da NASA enviou novas imagens capturadas durante a aproximação à sua histórica inserção orbital em torno do planeta anão Ceres. A Dawn será a primeira missão a visitar com sucesso um planeta anão quando entrar em órbita de Ceres na sexta-feira, dia 6 de março.

“A Dawn está prestes a fazer história”, afirma Robert Mase, gestor de projeto da missão Dawn no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia. “A nossa equipa está pronta e ansiosa para descobrir o que Ceres nos tem reservado.”

Imagens recentes mostram inúmeras crateras e pontos brilhantes e invulgares que os cientistas acreditam que contam como Ceres, o primeiro objeto descoberto na cintura de asteroides do nosso Sistema Solar, se formou e se a sua superfície está a mudar. Enquanto a nave espirala para órbitas cada vez mais próximas do planeta anão, os investigadores vão estar à procura de sinais de mudanças nestas características, o que poderá sugerir atividade geológica atual.

“O estudo de Ceres permite-nos fazer pesquisas históricas no espaço, abrindo uma nova janela para o capítulo mais antigo da história do nosso Sistema Solar,” afirma Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA na sede da agência em Washington. “Os dados enviados pela Dawn podem contribuir com avanços significativos na nossa compreensão de como o Sistema Solar se formou.”

A Dawn começou a sua fase de aproximação final a Ceres em dezembro. A sonda tem tirado várias imagens de navegação ótica e fez duas caracterizações da rotação, permitindo com que Ceres seja observado durante todo o seu período de rotação de nove horas. Desde 25 de janeiro, a Dawn tem enviado de volta as imagens de mais alta-resolução já capturadas de Ceres e vão continuar a melhorar em termos de qualidade à medida que a nave se aproxima.

O padre e astrónomo siciliano, Giuseppe Piazzi, descobriu Ceres em 1801. À medida que mais destes objetos foram sendo encontrados na mesma região, tornaram-se conhecidos como asteroides ou planetas menores. Ceres foi inicialmente classificado como planeta e mais tarde reclassificado como asteroide. Em reconhecimento das suas qualidades planetárias, Ceres foi designado planeta anão em 2006, juntamente com Plutão e Eris.

Ceres tem o nome da deusa romana da agricultura e das colheitas. As crateras em Ceres vão ter igualmente nomes de deuses e deusas da agricultura e da vegetação da mitologia mundial. Outras características vão ter nomes de festivais agrícolas.

Lançada em setembro de 2007, a Dawn explorou o asteroide gigante Vesta durante 14 meses em 2011 e 2012, capturando imagens e dados pormenorizados sobre esse corpo. Tanto Vesta como Ceres orbitam o Sol entre Marte e Júpiter, na cintura principal de asteroides. Esta viagem com duas paragens pelo nosso Sistema Solar é possível graças ao sistema de propulsão iónica da Dawn, pois os seus três motores iónicos são muito mais eficientes do que a propulsão química.

“Tanto Vesta como Ceres estavam a caminho de se tornarem planetas, mas o seu desenvolvimento foi interrompido pela gravidade de Júpiter,” explica Carol Raymond, cientista ajunta do projeto no JPL. “Estes dois corpos são como fósseis do início do Sistema Solar e lançam luzes sobre as suas origens.”

Ceres e Vesta têm várias diferenças importantes. Ceres é o corpo mais maciço na cintura de asteroides, com um diâmetro médio de 950 km. Vesta tem um diâmetro médio de 525 km e é o segundo objeto mais maciço da cintura. O asteroide formou-se mais cedo que Ceres e é um corpo muito seco. Em contraste, estima-se que o conteúdo de água em Ceres corresponda a 25% da sua massa.

“Ao estudar Vesta e Ceres, vamos ganhar uma melhor compreensão da formação do nosso Sistema Solar, especialmente dos planetas terrestres e sobretudo da Terra,” comenta Raymond. “Estes corpos são amostras dos blocos de construção que deram origem a Vénus, à Terra e a Marte. Pensa-se que corpos parecidos com Vesta tenham contribuído fortemente para o núcleo do nosso planeta, e corpos como Ceres tenham fornecido a nossa água.”

“Nós não seríamos capazes de orbitar e explorar estes dois mundos sem a propulsão iónica,” afirma Mase. “A Dawn aproveita esta tecnologia inovadora para fornecer grande ciência com um orçamento pequeno.”

Além da missão Dawn, a NASA lançará em 2016 a sonda OSIRIS-REx (Origins-Spectral Interpretation-Resource Identification-Security-Regolith Explorer). Esta missão vai estudar um grande asteroide em detalhes sem precedentes e trazer amostras de volta à Terra.

CCVAlg

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.