Fundo Ambiental vai sofrer alterações e o Governo ainda está “a ponderar” prioridades. Mas o fim dos apoios aos veículos elétricos está fora das hipóteses do Executivo liderado por Luís Montenegro.
Os protocolos de financiamento do Fundo Ambiental para este ano vão sofrer alterações e o Governo ainda está “a ponderar” a forma de atribuição dos apoios para compra de veículos 100% elétricos, entre os quais carros ligeiros de passageiros, bicicletas elétricas, motociclos e carregadores para veículos elétricos.
De acordo com o Ministério do Ambiente, “apenas 3,5% das verbas” do Fundo Ambiental preparado pelo Governo anterior estavam disponíveis quando a Aliança Democrática (AD) entrou em funções.
Ao Público, fonte oficial da tutela diz que “as receitas para 2024 estavam praticamente todas comprometidas” e que o orçamento do fundo será agora revisto.
A mesma fonte garante que os protocolos já assinados foram respeitados; os outros “estão já preparados para serem preparados com as entidades”. No entanto, o fim dos apoios aos veículos elétricos está fora das hipóteses do Executivo liderado por Luís Montenegro, avança o Jornal de Notícias.
Agora, o Governo está “a ponderar as prioridades em relação aos apoios a atribuir” quanto ao orçamento que sobra de 2024, de acordo com o gabinete de Graça Carvalho, numa altura em que, de facto, não estão disponíveis os formulários das candidaturas aos apoios a elétricos no site do Fundo Ambiental.
No ano passado, o Fundo Ambiental disponibilizou 10 milhões de euros para aquisição de veículos elétricos, metade só para a compra de veículos ligeiros de passageiros 100% elétricos para pessoas singulares. Dois milhões de euros foram destinados à compra de bicicletas elétricas.
Em abril foram vendidos 7210 veículos elétricos, de acordo com o JN.
Em novembro, o ZAP já noticiava a descida deste valor de apoio para o ano de 2024, de 10 milhões para 6,1 milhões de euros.
Não consigo perceber o fétiche pelos carros elétricos, quando na realidade, são muito piores para o ambiente que os carros a combustão. Não basta olhar para o seu impacto na circulação. A exploração de lítio, cobalto e níquel é extremamente nociva para o ambiente e requer quantidades absurdas de água; o processo de produção dos carros elétricos é muito mais poluente que o de carros a combustão; o desmantelamento e reciclagem de baterias é extremamente nocivo para o ambiente. Isto para não falar nos constrangimentos que existem atualmente com os carros elétricos (baterias facilmente inflamáveis, o mau funcionamento a baixas temperaturas, falta de estruturas, falta de autonomia, custo de aquisição alto).
Os carros elétricos até podem ser de facto um passo importante no combate à poluição, mas não nos moldes atuais. Em vez de maturar a tecnologia, a distribuição, a manutenção, a gestão do fim do ciclo de vida, de forma a minimizar os impactos; estão a querer forçar, a nível mundial, algo que não é, claramente, benéfico tanto para a população como para o ambiente.
Os carros elétricos poderiam ser uma solução, mas da forma como as coisas foram feitas, são um paradoxo. Há muita gente a enriquecer com estas políticas, independentemente se são ou não boas para o ambiente, e no final do dia, só interessa o lucro.
Não é por nada que a implementação de veículos elétricos anda sempre de mão dada com a maior fraude da história da Humanidade: o impacto humano no aquecimento global.
Até que enfim um comentário lúcido e esclarecido sobre os carros elétricos. Acrescento apenas que num País onde o salário médio ronda já por cima os 1200-1300€ liquidos e onde o preço da habitação arrendada ou adquirida anda pela hora da morte, a opção por carros elétricos, todos eles a preços exorbitantes, mesmo se considerarmos ferramentas de financiamento como os Leasing´s e ALD´s , só se compreende pela mania muito portuguesa de se ir atrás das modas e também pela vaidade e a obsessão de se querer ter sempre mais do que o vizinho. Qualquer pessoa que pare um pouco para fazer contas não quer os carros elétricos nem dados.