O Ministério da Defesa anunciou, esta quarta-feira, dois despedimentos na sequência dos processos disciplinares instaurados à margem da operação “Tempestade Perfeita”.
No final de 2022, a Polícia Judiciária (PJ) fez buscas na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, onde deteve altos quadros do Ministério da Defesa, por envolvimentos suspeitos nas obras no Hospital Militar de Belém (HMB).
Em causa estavam vários crimes de corrupção, abuso de poder, peculato e participação económica em negócio.
Alberto Coelho é um dos principais visados no caso devido ao seu envolvimento no ajuste direto que financiou as obras no Centro de Apoio Militar, cujo custo foi quase o triplo do que estava orçamentado.
O ex-militante do CDS – que chegou até a presidir o Conselho de Jurisdição – foi, na altura, suspenso do partido por Nuno Melo. Agora, o atual Ministro da Defesa volta a ser chamado a agir e despediu dois funcionários do ministério.
Em comunicado, o ministério liderado por Nuno Melo referiu que oito dos arguidos da operação “Tempestade Perfeita” eram funcionários do Ministério da Defesa, o que “justificou a instauração dos respetivos processos disciplinares, que correram em paralelo”.
Além de dois despedimentos disciplinares, o Ministério da Defesa aplicou a suspensão em dois processos, com “fundamento na aposentação dos respetivos arguidos”, e arquivou dois processos.
Outros dois processos “correm ainda os seus termos”, acrescentou.
As sanções foram aplicadas “cumpridos todos os procedimentos e diligências probatórias com respeito pelos trâmites legais”, frisou o Ministério da Defesa.
A operação “Tempestade Perfeita” envolveu no plano judicial 73 acusados por indícios da prática de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato e branqueamento de capitais, recordou este ministério na nota de imprensa.
“A garantia de transparência e o cumprimento da Lei no Ministério da Defesa Nacional são uma obrigação e uma prioridade para o Ministro da Defesa Nacional”, frisou ainda.
ZAP // Lusa