Consideradas como um dos grandes predadores do planeta, as orcas podem enfrentar sozinhas grandes tubarões brancos, atacar embarcações e até ter fortes laços familiares matrilineares.
Num novo estudo, publicado esta semana na revista PLOS ONE, os investigadores confirmaram a suposição que há muito estava estabelecida— as orcas respiram apenas uma vez entre os seus mergulhos.
As orcas residentes são um ecótipo especializado na ingestão de salmão, particularmente do salmão Chinook. Em comparação, as orcas Bigg´s comem presas maiores, incluindo outros mamíferos marinhos, nomeadamente leões-marinhos, golfinhos e outras baleias.
Tal como os seres humanos, as orcas necessitam de respirar mais quando estão envolvidas em atividades que requerem um maior consumo de energia, como caçar ou viajar longas distâncias, de modo a poderem obter mais oxigénio para os seus corpos.
“Este estudo foi iniciado para compreender melhor as necessidades energéticas das orcas residentes na Colúmbia Britânica”, explica à Popular Science a primeira autora do estudo, Tess McRae.
Para monitorizar as baleias em estado selvagem, a equipa utilizou etiquetas de sucção colocadas em 11 orcas, residentes no norte e no sul do largo da costa da Colúmbia Britânica, no Canadá.
A equipa recolheu dados acerca das profundidades de mergulho, acústica e dados biológicos. Esta combinação de dados dentro e fora da água e a análise estatística permitiu à equipa compreender muito melhor as atividades das orcas.
“As orcas são como velocistas que não têm a resistência de maratona das baleias azuis e jubarte para fazer mergulhos profundos e prolongados”, afirma Andrew Trites, professor e coautor do estudo, em comunicado no EurekAlert.
A equipa descobriu que as orcas passam a maior parte do tempo em mergulhos pouco profundos e a maioria dura menos de um minuto. O mergulho mais longo demorou cerca de oito minutos num macho adulto.
As baleias do estudo respiraram 1,2 a 1,3 vezes por minuto quando estavam a descansar e 1,5 a 1,8 vezes quando viajavam ou caçavam.
“Assim que soubermos quais são as suas taxas de respiração, podemos calcular a energia e, em seguida, as necessidades alimentares destas baleias”, afirma McRae.
As orcas residentes ao largo das costas ocidentais dos Estados Unidos e do Canadá estão ameaçadas e em perigo de extinção. A redução da disponibilidade de salmão, os ataques de embarcações, a poluição química e a poluição sonora têm afetado estes animais aquáticos.
“Portanto, este é o primeiro passo para descobrir a quantidade de alimento que estas baleias necessitam para sobreviver, o que é importante para a sua conservação“, conclui a principal autora do estudo.