O campo magnético do planeta Terra pode ter entrado em colapso há cerca de 600 milhões de anos, o que permitiu um grande evento de oxigenação e, talvez, uma superalimentação da evolução.
Um quase colapso do campo magnético da Terra pode ter aberto caminho para que a vida evoluísse para além da fase microscópica.
Atualmente, o campo deve a sua força à agitação do núcleo líquido externo, que é impulsionado pelo calor libertado pelo núcleo interno sólido à medida que este se cristaliza a um ritmo de cerca de um milímetro por ano.
Segundo o Live Science, novas investigações em rochas antigas da África do Sul e do Brasil sugerem que o campo magnético da Terra sofreu um enfraquecimento há cerca de 591 milhões de anos.
Este evento terá ocorrido durante o Ediacarano, na era Neoproterozóica, há cerca de 600 milhões de anos atrás, quando a atmosfera dos oceanos se podem ter tornado mais ricos em oxigénio e onde houve uma evolução dos seres vivos.
As novas descobertas sugerem que o enfraquecimento do campo magnético permitiu este aumento de oxigénio, o que, consequentemente, levou a uma nova fase de evolução.
Um novo estudo, publicado recentemente na Communications Earth & Environment, sugere que este enfraquecimento atingiu o ponto mais grave há 591 milhões de anos.
Os investigadores determinaram este facto através do estudo de pequenos cristais em rochas formadas logo abaixo da superfície da Terra.
“Em rochas com pouco mais de 2 mil milhões de anos, o campo magnético era tão forte como é atualmente. Isto sugere que a transferência de calor do núcleo líquido começou a diminuir por volta do Ediacarano”, afirma o investigador e um dos autores do estudo, John Tarduno.
Este repentino fornecimento de oxigénio extra pode ter dado aos organismos a oportunidade de crescerem mais e de se tornarem mais móveis.
Assim, a Terra pode ter tido sorte.
Se o campo se mantivesse fraco durante muito tempo, a exposição ao espaço sem proteção teria destruído grande parte da água do planeta.