Os corais estão a caminho de ser “uma coisa do passado”?

O branqueamento e as mortes extensas estão a generalizar-se em vários recifes de coral importantes em todo o mundo. Isto sugere que as alterações climáticas resultaram numa mudança dos padrões de circulação oceânica.

No ano passado, a humanidade registou o ano mais quente da história tanto na terra como nos oceanos, com aumentos drásticos de temperatura. O ano de 2023 marcou o pior branqueamento de corais até à data no Hemisfério Norte, devendo o Hemisfério Sul seguir-se-lhe no início do presente ano.

Um novo artigo, publicado esta quinta-feira na Climate Change, indica que o branqueamento e as mortes extensas estão a generalizar-se em recifes de coral importantes em todo o mundo.

As áreas de elevada mortalidade por branqueamento de corais em 2023 representam os recifes de coral, incluindo toda a região das Caraíbas, as costas leste e oeste do México e da América Central, que os observadores locais referem como tendo um branqueamento quase total e uma morte grave dos recifes de coral.

Toda a região das Caraíbas, tanto as ilhas como as costas continentais, sofreram um grave excesso de temperatura, com a duração mais longa de aquecimento anormal, juntamente com as costas ocidentais do México e da América Central.

A distribuição em 2023 do calor intenso e do branqueamento segue os padrões espaciais e as tendências históricas mostradas pela primeira vez a partir de uma análise de tendências base entre 1982 e 2001.

“Os recifes de coral, o mais vulnerável de todos os ecossistemas, começaram a descolorar e a morrer devido às altas temperaturas a partir da década de 1980. A maior parte dos corais em todo o mundo já morreu e os sobreviventes não aguentam mais o aquecimento”, afirma o autor principal do estudo e presidente da Global Coral Reef Alliance, Thomas Goreau, citado pela Newsweek.

O aumento do aquecimento das correntes oceânicas quentes e frias mostra que a mistura horizontal de calor tropical para os polos está a acelerar e que a mistura vertical com águas profundas frias está a acalmar, o que fará com que a temperatura da superfície do mar aumente ainda mais rapidamente.

Se as temperaturas continuarem a aumentar, os corais poderão em breve passar a ser mesmo uma “coisa do passado”.

Soraia Ferreira, ZAP //

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