A gripe das aves continua a preocupar – principalmente nos EUA, onde recentemente foi registado um caso num humano. Para já, não há caso para alarme, mas o país garante que está preparado para uma eventual pandemia.
Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos EUA anunciou que foram encontrados vestígios de gripe aviária, em cerca de uma em cada cinco amostras de leite comercial, nos EUA.
33 manadas de gado leiteiro, em oito estados norte-americanos, apresentaram casos de H5N1 – um subtipo do vírus da gripe das aves.
Citado pela New Scientist, Donald Prater da Food and Drug Administration (FDA) disse que “é importante salientar que isto não significa que as amostras contenham vírus intactos e infecciosos”, já que o método de teste utilizado deteta qualquer material genético, incluindo o de vírus mortos.
O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA também já veio tranquilizar a população ao dizer que, apesar dos recentes casos – até em humanos -, o risco de se contrair gripe das aves continua a ser baixo.
No entanto, à medida que o vírus se propaga entre o gado leiteiro nos EUA, as autoridades de saúde do país – “pelo sim, pelo não” – estão a preparar-se para a possibilidade de uma nova pandemia.
Nesta fase e à medida que vão surgindo novos dados, a postura é a de prevenção máxima. Controlar a propagação do vírus é o foco principal.
Garantir a segurança do abastecimento de leite é outra das preocupações. Apesar da grande maioria do leite vendido ser pasteurizado, a eficácia da pasteurização contra o H5N1 nunca foi avaliado.
Vacinação (se necessária) virá a tempo
Como revela a New Scientist, existem já duas vacinas contra o H5N1 em boa posição – com testes iniciais que indicaram eficácia.
A Administração para a Preparação e Resposta Estratégica (ASPR) revelou que já tem “centenas de milhares de vacinas” preparadas contra o H5N1 que, em caso de emergência, podem ser rapidamente distribuídas.
Além disso, a entidade garante ter contratos com fabricantes e material suficiente para a produção de mais 10 milhões de doses, “ou mais, se necessário”.
Apesar de admitir que, neste momento, a vacinação não é uma ferramenta necessária, David Boucher da ASPR diz que os EUA estão preparados, caso o cenário mude repentinamente: “Se precisarmos de puxar qualquer uma destas alavancas, estamos prontos para o fazer”.