António Cotrim / Lusa
A investigação está a avaliar suspeitas de conflitos de interesse e acumulação de cargos de responsáveis do INEM que trabalham também na empresa privada de formação Ocean Medical.
O Ministério Público está a conduzir uma investigação sobre possíveis conflitos de interesse que envolvem funcionários do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a empresa de formação privada Ocean Medical.
O inquérito, em curso no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, foi iniciado após denúncias que apontam para a duplicidade de cargos de alguns responsáveis, que trabalham simultaneamente em departamentos no INEM e na Ocean Medical, revela a CNN Portugal.
De acordo com informações avançadas pela Procuradoria-Geral da República e confirmadas numa resposta à agência Lusa, a investigação procura esclarecer as circunstâncias e as implicações deste possível entrelaçamento de funções entre a organização pública e a entidade privada, que tem sede no Taguspark, em Oeiras.
A situação tornou-se objeto de escrutínio após denúncias que sugerem que os responsáveis no INEM, encarregados de algumas das áreas mais sensíveis do instituto, possuem também cargos de gestão na Ocean Medical. Esta empresa, fundada em 2008, especializa-se em oferecer formação certificada na área médica, com especial foco em reanimação e trauma, tendo formado mais de 6000 pessoas anualmente.
Os cursos oferecidos pela Ocean Medical são diversos, incluindo Suporte Básico de Vida e DAE para Profissionais de Saúde, Suporte Avançado de Vida Pediátrico, entre outros. Os formadores envolvidos são descritos como médicos e enfermeiros “com experiência em reanimação, exercendo funções em serviços de urgência e/ou unidades de cuidados intensivos e emergência pré-hospitalar”, indica a empresa.
No entanto, até ao momento, o INEM informou não ter conhecimento oficial sobre qualquer investigação em curso que envolva a instituição e alegados conflitos de interesse com a Ocean Medical.
A investigação ainda está a decorrer e mais detalhes deverão ser revelados conforme o avanço do inquérito.
