Pintura de Van Gogh, recuperada pelo “Indiana Jones da arte”, em exibição pela primeira vez

Groninger Museum / Wikimedia

“O Jardim Paroquial de Nuenen” (1884), quadro de van Gogh

A pintura O Jardim Paroquial de Nuenen foi iniciada como sendo uma cena de inverno, mas van Gogh depressa a transformou numa paisagem de primavera.

Se está ansioso por ver de perto a pintura roubada e recuperada pelo “Indiana Jones da arte”, ou é simplesmente um grande fã de van Gogh, saiba que a obra está em exibição no Museu Groninger, em Groningen, Países Baixos.

A exposição especial, intitulada “150 anos do Museu Groninger: nos bastidores”, estende-se até 1 de junho de 2025.

Nesta exposição do museu holandês terá também a oportunidade de ver o saco do Ikea, que faz agora parte da história da pintura.

Relembre que, após estar desaparecida durante mais de três anos, a obra, avaliada entre três e seis milhões de euros, foi recuperada pelo famoso detetive de arte, Arthur Brand.

A pintura foi-lhe entregue numa troca pré-arranjada, realizada com o conhecimento e consentimento da polícia holandesa, num saco azul do Ikea e embrulhado em plástico-bolha.

O quadro de van Gogh sobreviveu a todas estas reviravoltas, em grande parte por ter sido montado sobre uma placa de carvalho. O The Art Newspaper adianta também que, até agora, se pensava que tivesse sido pintado em papel, mas descobriu-se que, afinal, foi pintado em linho.

A restauradora Marjan de Visser encontrou alguns danos no antigo revestimento de verniz e é provável que o mesmo seja totalmente removido. Ainda assim, todas as perdas serão retocadas, pelo que serão quase impercetíveis.

A paisagem retratada na obra foi criada quando o artista morava com os pais na vila de Nuenen, no sul dos Países Baixos. Retrata o jardim dos fundos da casa paroquial do seu pai, com a torre da antiga igreja a aparecer no fundo.

Van Gogh começou a pintura como uma cena de inverno, fazendo também um esboço a tinta em que as árvores estão completamente nuas.

Esboço “O Jardim Paroquial de Nuenen”

O artista deu esse esboço, que descreveu como um “jardim de inverno”, ao seu amigo artista Anthon van Rappard. Pouco depois, a 8 de março de 1884, escreveu uma carta na qual constava que, “agora”, se tratava de um “jardim primaveril. Na pintura, acrescentou folhagens às árvores e até um pouco de flores.

ZAP //

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