Norte-americano que não sente dor já mastigou a própria língua

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Steven Pete, norte-americano que sofre de insensibilidade congénita à dor

Steven Pete, norte-americano que sofre de insensibilidade congénita à dor

Steven Pete é um norte-americano de 33 anos que já perdeu a conta aos ossos que partiu e aos ferimentos que sofreu por causa da rara doença de que sofre. Ele é insensível à dor e já chegou a mastigar a própria língua.

“Já tive tantos ferimentos ao longo dos anos que é difícil lembrar”, desabafa Steven à conversa com o site australiano News.com.au. Uma conversa via Skype onde ele reporta alguns dos episódios, tão trágicos como insólitos, que têm marcado a sua vida por causa desta rara condição conhecida como analgesia congénita ou insensibilidade congénita à dor.

“Parti tantos ossos. De uma vez, no recreio da escola, estava no baloiço. Saltei para fora do baloiço, aterrei de forma errada e os ossos do meu braço direito partiram. Não senti, mas havia osso a sair para fora, o que era um bom indicador de que me tinha magoado”, conta Steven Pete com a frieza de quem já se habituou a situações inusitadas como esta.

A viver em Kelso, no Estado de Washington, Steven Pete tem um irmão mais novo que também sofre da mesma doença e criou um site onde fala desta rara condição.

Ele conta que foi diagnosticado com este problema quando tinha apenas 4 meses de idade, depois de ter mastigado parte da própria língua. Nessa altura fez vários exames que detectaram a doença congénita. Mas foi só em 2011 que fez os testes genéticos que confirmaram que a sua insensibilidade à dor é causada pela mutação genética de um gene (SCN9A). Uma mutação que também não permite sentir os cheiros.

Ele queixa-se que, em virtude dos tantos ferimentos que vai sofrendo, o seu corpo está sempre a recuperar de alguma maleita.

“Durante a maior parte do tempo, lido com os efeitos dos meus ferimentos anteriores – tenho um joelho esquerdo mau, duas vértebras fracturadas, tenho problemas de costas no momento, tenho problemas com a minha coxa direita. Não é dor, é desconforto extremo. Se estiver deitado na cama, à noite, sinto o meu corpo a tentar, constantemente, curar-se. Está a ficar pior e pior – só tenho três a quatro horas de sono, por isso tem um efeito psicológico em mim”, lamenta Steven Pete à conversa com o referido site.

SV, ZAP

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