Ferramentas de madeira com 300 mil anos dão-nos um vislumbre raro da sociedade neandertal

Niedersächsisches Landesamt für Denkmalpflege (NLD)

A pesquisa indica que os neandertais já sabiam reconhecer que tipos de madeira era mais adequados para cada ferramenta.

Um estudo inovador publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences lançou luz sobre o estilo de vida dos Neandertais que viviam há mais de 300.000 anos no norte da Alemanha, graças à análise da maior coleção de ferramentas de madeira do Paleolítico alguma vez encontrada.

A descoberta, centrada em Schöningen, consiste em 187 artefatos de madeira preservados no que foi apelidado de “Horizonte das Lanças”.

Este achado dá-nos uma visão sem precedentes sobre os primeiros humanos que estavam em transição do Homo heidelbergensis para os primeiros Neandertais na Europa.

Devido à natureza decompositiva da madeira, as evidências diretas do seu uso em ferramentas têm sido escassas.

A preservação destas ferramentas em Schöningen marca uma exceção rara, fornecendo um vislumbre único sobre a sofisticação tecnológica e cognitiva dos Neandertais, revela o IFLScience.

Enquanto as lanças do local ganharam maior fama, sugerindo estratégias de caça avançadas, a maioria das ferramentas de madeira eram utilizadas para fins domésticos, como o processamento de peles de animais, provavelmente de cavalos que eram prevalentes no local.

A seleção meticulosa dos tipos de madeira para estas ferramentas revela um aspecto notável da vida Neandertal.

Primariamente fabricadas a partir de abeto e pinho, esses materiais não estavam disponíveis na localização à beira do lago de Schöningen, mas foram obtidos de locais tão distantes quanto entre 3 e 5 quilómetros, indicando as distâncias que estes primeiros humanos percorreriam para obter os melhores recursos.

Esta escolha destaca as suas capacidades cognitivas avançadas e a dependência da aprendizagem social, à medida que identificavam e selecionavam a melhor madeira para as suas ferramentas.

A complexidade dos processos de fabrico de ferramentas, incluindo a transformação de árvores de abeto ou pinho em lanças ou ferramentas domésticas, sublinha a sofisticação tecnológica dos humanos do Pleistoceno.

A sua capacidade de reutilizar ferramentas para diferentes fins evidencia ainda mais as suas habilidades cognitivas.

ZAP //

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