O que costuma comer ao almoço? Provavelmente, PFAS. E à hora do lanche? Provavelmente, PFAS. E ao jantar? É provável que coma, igualmente, PFAS.
Já ouviu falar em “químicos eternos” ou “forever” – tecnicamente conhecidos como PFAS (substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil)? Vão para o nosso prato em quase todas as refeições.
Substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil (PFAS) perfazem um grupo de químicos sintéticos usados em vários produtos para os tornar antiaderentes, impermeáveis e resistentes.
No entanto, certos PFAS podem ser tóxicos em altas concentrações e acumulam-se no ambiente e em organismos vivos.
De acordo com a New Scientist, as ligações entre os átomos de carbono e flúor nestes produtos são tão fortes que podem levar centenas a milhares de anos para se degradarem.
Como refere a mesma revista, embalagens e utensílios de alimentação contêm, por norma, até 68 “químicos eternos”.
Não é novidade: Grande parte destes são, cada vez mais, associados ao aparecimento de cancro e problemas reprodutivos e imunitários.
Num estudo, publicado recentemente na Environmental Science and Technology, os investigadores analisaram 1312 estudos que detalhavam os químicos que – quer seja no fabrico, ou nas embalagens ou mesmo na cozinha – entraram, de alguma forma, em contacto com comida.
Dos 68 PFAS identificados, apenas sete já tinham sido encontrados em alimentos.
Como detalhou a New Scientist, uma das substâncias analisada foi o ácido perfluorooctanóico, que é classificado como possivelmente cancerígeno.
“Deveria ser responsabilidade dos fabricantes garantir que os PFAS são usados o mínimo possível”, considerou a líder da investigação, Birgit Geueke, citada pela revista, enaltecendo – contudo – que o trabalho dos reguladores, em todo o mundo, já está a ser feito no sentido de eliminar os PFAS (forever).