Abraço “em flor” entre aranhas é caso inédito de mimetismo cooperativo

Um abraço entre machos e fêmeas de uma nova espécie de aranhas-caranguejo pode representar o primeiro caso de mimetismo cooperativo. Quando abraçadas as aranhas assemelham-se a uma flor, contribuindo para a própria segurança.

Foi encontrada, na China, uma espécie de aranha – da família Thomisidae – que se transforma numa “flor”, quando machos e fêmeas se abraçam.

Este é um mecanismo de camuflagem fundamental para a sobrevivência da espécie.

A descoberta, levada a cabo por investigadores da Universidade de Yunnan, na China, foi revelada num estudo recente publicado na Frontiers in Ecology and the Environment.

“Este pode ser o primeiro caso de mimetismo cooperativo do mundo”, revela o líder da investigação, Shi-Mao Wu, citado pela New Scientist.

O mimetismo cooperativo é uma estratégia de sobrevivência, que passa por imitar a forma, cor, ou comportamento de outros organismos. Neste caso, como explica o estudo, as aranhas imitam flores para se protegerem.

Este tipo de aranhas geralmente vivem em ou perto de flores.

Também conhecidas como aranhas-caranguejo, esta espécie é conhecida pelas grandes habilidades de camuflagem, o que impede que sejam vistas pela sua presa ou predadores.

E os abraços entre machos e fêmeas são agora tidos como infalíveis para a proteção desta espécie.

O novo estudo revela ainda que algumas aranhas conseguem ainda mudar de cor para combinar com a da flor onde estão alojadas.

Conta a New Scientist, que Shi-Mao Wu e o seu colega Jiang-Yun Gao estavam numa floresta tropical na província de Yunnan, no sudoeste da China, quando, à primeira vista, observaram uma aranha-caranguejo macho da espécie Thomisus guangxicus sentada numa flor de Hoya pandurata.

Só depois, quando olharam com mais atenção, viram que aranha macho estava entrelaçada com uma aranha fêmea, num abraço “em flor” camuflado.

“Quando observei a aranha macho pela primeira vez, não captei a aranha fêmea (…) Enganaram bem os meus olhos”, brincou Shi-Mao Wu.

Os investigadores teorizaram que o macho – mais pequeno e mais escuro – imita o pistilo da flor, enquanto a fêmea simula as pétalas, sendo esta camuflagem apenas possível quando ambos os sexos estão presentes.

ZAP //

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