“Seria um erro e também não é necessária para lidar com o Hamas”. Em chamada de cerca de 45 minutos com senadores Republicanos na quarta-feira, Netanyahu assegurou que iria ignorar avisos sobre uma operação em Rafah.
O secretário de Estado norte-americano declarou esta quinta-feira que uma grande ofensiva terrestre israelita à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, seria “um erro” e desnecessária para derrotar o movimento islamita palestiniano Hamas.
Antony Blinken sublinhou também que tal agravaria as relações entre os EUA e Israel.
Na sua sexta missão urgente ao Médio Oriente desde que a guerra israelita em Gaza começou, a 7 de outubro do ano passado, Blinken falava depois de se ter reunido com diplomatas árabes de topo no Cairo para debater os esforços para um cessar-fogo e ideias para o futuro pós-conflito da Faixa de Gaza.
“Uma grande operação militar em Rafah seria um erro, algo que não apoiamos. E também não é necessária para lidar com o Hamas”, declarou Blinken numa conferência de imprensa no Cairo.
Uma grande ofensiva significaria mais mortes de civis e um agravamento da crise humanitária em Gaza, argumentou.
Mas Netanyahu defende que, sem uma invasão de Rafah, Israel não poderá atingir o seu objetivo de destruir o Hamas.
Netanyahu ignora avisos
Numa chamada telefónica de cerca de 45 minutos com senadores Republicanos na quarta-feira, Netanyahu assegurou que iria ignorar avisos sobre uma operação em Rafah.
Também criticou o facto de o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, ter condenado na semana passada o número de civis mortos em Gaza e ter apelado para a realização de novas eleições em Israel, num discurso que Biden mais tarde disse ter sido “bom”.
Segundo os senadores que participaram na reunião, Netanyahu afiançou que Israel irá avançar em Rafah.
O senador John Kennedy, Republicano da Luisiana, disse que o chefe do executivo israelita “deixou muito claro que ele e o povo de Israel pretendem prosseguir a guerra até aos limites do seu poder e que tal não será ditado nem pelo senador Schumer nem pelo Presidente Biden”.
A promessa de Netanyahu de avançar sobre Rafah está a alarmar os Estados Unidos e outros países, que afirmam que tal terá como resultado uma catástrofe humanitária ainda maior na Faixa de Gaza, sem um plano credível para de lá retirar os civis.
As autoridades norte-americanas disseram que ainda não viram um tal plano e estão preparadas para propor alternativas a uma ofensiva total à cidade palestiniana.
Nenhum aliado ou organização apoia o ataque à região. A invasão será “aterradora” e implica um número “extremamente elevado” de mortes civis, segundo o alto comissário Volker Turk. Netanyahu não dá pormenores sobre o destino da população.
Segundo o chefe da diplomacia norte-americana, “um cessar-fogo imediato e sustentado”, com a libertação de reféns israelitas mantidos pelo Hamas é urgentemente necessário e as divergências estão a diminuir nas negociações indiretas que os EUA, o Egito e o Qatar andam há semanas a mediar.
Na sexta-feira, Blinken deslocar-se-á a Israel para se encontrar com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o seu gabinete de guerra.
As crescentes divergências entre Netanyahu e o Presidente norte-americano, Joe Biden, sobre a continuação da guerra vão provavelmente ensombrar as conversações — em particular quanto à determinação de Netanyahu de lançar uma ofensiva a Rafah, onde mais de um milhão de palestinianos procurou refúgio dos devastadores ataques israelitas aéreos e terrestres ao norte do território.
Enquanto Blinken e os ministros árabes estavam reunidos, o Ministério da Saúde de Gaza elevou o número de mortos naquele território para cerca de 32.000 palestinianos desde que a guerra começou. Além disso, responsáveis da ONU intensificaram os alertas de que está “iminente” uma fome no norte da Faixa de Gaza.
As conversações no Cairo reuniram Blinken com os ministros dos Negócios Estrangeiros do Egito, da Jordânia, do Qatar, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, bem como com um alto responsável da Organização de Libertação da Palestina (OLP), o organismo internacionalmente reconhecido que representa o povo palestiniano. Discutiram também formas de aumentar a distribuição urgente de ajuda humanitária a Gaza por terra, ar e mar.
ZAP // Lusa
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Fica a pergunta o que fizeram por causa do 11 de setembro? Qual a solução então? Fazer o que fizeram no Japão? Porque o Hamas não aceitas se render e entregar os reféns? Porque o Hamas não aceita um cessar fogo?