Augusto Santos Silva lamenta “campanha de bolsonarismo” ao estilo de Putin que o tirou da AR

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Tiago Petinga/EPA

Augusto Santos Silva com Lula da Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, nas celebrações do 25 de Abril (2023)

Augusto Santos Silva referiu-se à derrota no círculo eleitoral de Fora da Europa, como representativa da “beleza da democracia”, mas lamentou a “campanha de bolsonarismo”, ao estilo de Vladimir Putin, que o tirou do Parlamento.

Esta manhã, entrevistado pela rádio Antena 1, Augusto Santos Silva assumiu a derrota política e pessoal, ao passar de segunda figura mais importante do Estado para grande derrotado na eleição no círculo de Fora da Europa.

O presidente cessante da Assembleia da República romantizou a situação, ao dizer que esta derrota é representativa da beleza da democracia: “esta é uma das belezas da democracia: num dia é-se a segunda figura do Estado; e no dia seguinte é-se um vulgar cidadão”.

Santos Silva recusou a ideia de vir a ser candidato às europeias, fazendo saber que vai retomar a vida de docente na Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP): “eu não sou propriamente um político profissional que precise agora de emprego”, afirmou.

Quanto ao crescimento do Chega Fora da Europa, que o “empurrou” para fora da Assembleia da República (onde estava desde 1999), o economista de 67 anos lamentou a “campanha de desinformação ou de bolsonarismo”, levada a cabo no Brasil, semelhante àquela que existe na Rússia: “a interferência nos processos eleitorais não é um apanágio exclusivo do regime de Vladimir Putin“, considerou.

Ainda assim, aquele que foi o ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2015 e 2022 reconheceu a transversalidade crescente do partido de André Ventura: “Também nas comunidades se sentiu este incremento significativo do ponto de vista eleitoral do partido Chega, o que significa que tem hoje uma transversalidade territorial que se deve reconhecer”.

“Quando nós olhamos para os resultados no circulo da Europa verificamos que o Chega retira um deputado à AD, por causa da votação que teve na Suíça; e quando nós olhamos para os resultados Fora da Europa verificamos que o Chega retirou um deputado ao PS, por causa da votação no Brasil“, analisou.

Na Europa, o Chega venceu, após ter registado uma votação massiva na Suíça, onde o partido recolheu 33% dos votos. Fora da Europa, o vencedor foi a Aliança Democrática (AD), com o partido de André Ventura a passar o Partido Socialista (PS) muito graças à vitória expressiva no Brasil (cerca de 25%).

Encerradas as contagens, a AD confirma vitória nas eleições, com 80 deputados eleitos, contra 78 do PS. Com os dois mandatos conquistados no Estrangeiro, o Chega – em terceiro ligar – fez eleger 50 deputados.

Miguel Esteves, ZAP //

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8 Comments

  1. Não saber perder com dignidade é miserável. A culpa é sempre dos outros neste grande partido que ajudou a cimentar a democracia em Portugal, mas que agora parece querer levar de volta o PS aos tempos do “verão quente” desta vez no outro lado da barricada.
    Mário Soares certamente dá voltas na tumba!

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  2. Se o partido Chega cresceu, quer interna quer externamente, muito se deve a Augusto Santos Silva que não soube despir a “camisola” de esquerdista e ser imparcial enquanto PAR.

  3. Carlos Mota,
    Por favor use de sensatez e substitua “camisola de esquerdista” , por sentido de Estado, respeito devido ao Parlamento enquanto Casa da Democracia, ou cumprimento do dever que lhe assiste enquanto PAR.
    Pode usa-las todas, ou uma à sua escolha.
    A da “camisola”, não lhe fica bem. (a si, não a ele, que se está c@@ndo para a sua diminuta visão) .

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  4. Uma das figuras pela qual o PS perdeu foi o Augusto Santos Silva, esta aberração não é Democrática mas sim um Ditador , não gosto do André Ventura mas ele tinha razão em muitas coisas e esta aberração muitas vezes tirava-lhe a palavra, finalmente vimo-nos livres deste Gajo

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  6. O Governo do Costa foi quem mais lixou os Emigrantes, correu com eles do SNS, acabou com a isencao de pagamentos de impostos durante 10 anos, da regalias ao “coitadinhos” dos Imigrantes em Portugal, e ao mesmo tempo tira as regalias aos seus proprios cidadaos que Emigraram, e agora a culpa e do Bolsonaro!!!!!!, por mim, que sou Emigrante, e que devido ao Governo do Costa estive quase a mandar “passear” a minha Cidadania Portuguesa…, vai e nao voltes, seu Ditador.

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  7. Apenas e só, “cá se fazem, cá se pagam”.
    E sim, o Brasil é governado pela “alma mais honesta que há”, segundo o próprio “honesto”.

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