Rede de crime organizado lavava dinheiro através de criptomoedas, sistemas bancários ilegais e reinvestimentos em imóveis em Portugal. Fabricavam relógios falsos para vender no “Distrito dos Diamantes”, em Antuérpia.
15 pessoas com ligações a uma rede de crime organizado israelita foram detidas pela Europol, na sequência de um total de 26 buscas espalhadas por quatro países, em apoio à “Operação Ozark” de larga escala liderada pelas autoridades belgas.
Um total de 165 relógios de luxo com certificados, bem como joias e outros produtos contrafeitos, 200 diamantes, 209 mil euros em dinheiro, livros de registo de criptomoedas, múltiplas armas, 14 kg de drogas, telefones, computadores, cartões de crédito e documentação financeira foram apreendidos pelas autoridades.
A investigação começou em 2022, quando a polícia intercetou um pacote com 600 gramas de cocaína em Bruxelas, cujo destino era Israel. Segundo as autoridades, que concluíram que o grupo se tratava de uma rede de contrafação de relógios de luxo, a rede criminosa fabricava os relógios fora da União Europeia, e misturava peças originais com componentes falsos para enganar potenciais clientes.
Era a partir de Antuérpia, na Bélgica, que a organização fabricava réplicas de relógios de luxo e diamantes sintéticos, que depois eram comercializados como verdadeiros no famoso “Distrito dos Diamantes”.
“Além de confundir os compradores, este modus operandi também prejudica a reputação do ‘Distrito dos Diamantes’ de Antuérpia e põe em questão a certificação única aplicada a estes itens de luxo na qual os clientes depositam a sua confiança”, lê-se em comunicado da Europol.
Onze dos suspeitos foram detidos na Bélgica, com outros dois a serem detidos em Israel, um nos Países Baixos e outro na Eslováquia.
Esquema passava por Portugal
Os suspeitos “lavavam dinheiro através de esquemas complexos, incluindo criptomoedas, sistemas bancários ilegais e reinvestimentos em imóveis, notavelmente, em Portugal”, lê-se ainda no comunicado da agência da força de aplicação da lei da UE.
A Europol destacou para esta operação especialistas em criptomoedas e apoiou a investigação, promovendo o intercâmbio de informações e fornecendo coordenação operacional e apoio analítico.
A Polícia Judiciária (PJ), através do seu Gabinete de Recuperação de Ativos, recolheu dados fundamentais para a investigação a 12 de março, participando na operação europeia em território nacional.
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