Marcelo: o novo aeroporto vai ser “algures”

2

Estrutura ficará “algures no continente português”, comentou o presidente da República, junto de empresários hoteleiros.

O Presidente da República elogiou esta quarta-feira o desempenho dos empresários hoteleiros na capacidade de obterem excelentes resultados em conjuntura económica e geopolítica difícil ou com decisões adiadas como a do novo aeroporto que ficará “algures no continente português”.

Na abertura do 34.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), no Funchal (Madeira), Marcelo Rebelo de Sousa invocou, numa mensagem vídeo, o quadro geopolítico e económico internacional difícil que se vive para lembrar que é nesta conjuntura que os agentes do turismo “têm de prosseguir o relançamento” do setor.

Um turismo que o Presidente defende ter de ser “de quantidade”, mas também “um turismo de crescente qualidade”.

“A vossa resposta [aos desafios] tem sido excecional. Já o disse várias vezes: antecipam o que é preciso fazer, preparam, preveem, ultrapassam os problemas de mão-de-obra – às vezes até as dificuldades de recursos de outra natureza, nomeadamente logísticos -, fazem de conta que não existem questões que vão marinando, marinando, marinando até uma decisão definitiva, como é o caso do aeroporto – eu ia dizer perto de Lisboa, mas direi algures no continente português“, acrescentou Marcelo.

O período de consulta pública do relatório preliminar da Comissão Técnica Independente (CTI) responsável pela avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, que apontou Alcochete e Vendas Novas como as duas opções viáveis, já terminou em janeiro.

A comissão considerou que, das nove opções em estudo, Alcochete é a que apresenta mais vantagem, com uma primeira fase em modelo dual com o Aeroporto Humberto Delgado, passando depois para uma infraestrutura única na margem sul do rio Tejo, mas foi também considerada viável a opção de Vendas Novas, nos mesmos moldes.

Na terça-feira, o líder da AD acusou o Governo de “falta de coragem” para obrigar a concessionária ANA a fazer obras no atual aeroporto em Lisboa e assegurou que avançará rapidamente com uma nova solução, mesmo sem consenso com o PS.

“O meu compromisso é, no início do Governo, pegarmos no resultado final – que ainda não foi entregue – da Comissão Técnica Independente e decidir. Nós vamos decidir, vamos tentar consensualizar com o PS, que será na altura o maior partido da oposição. Se não conseguirmos, nós avançaremos”, assegurou Luís Montenegro, num almoço organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

Já em 6 de fevereiro, o secretário-geral do PS prometeu não perder “nem mais um segundo” sobre a escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa.

Estas posições foram transmitidas por Pedro Nuno Santos no final de um almoço com a CTP, em Lisboa, após a intervenção de abertura do presidente desta entidade, Francisco Calheiros, que disse que o secretário geral do PS, enquanto ministro das Infraestruturas, “teve razão” quando em 2022 fez publicar contra a vontade do primeiro-ministro, António Costa, uma portaria em que numa primeira fase se avançava para a construção de uma solução aeroportuária no Montijo e, depois, a médio e longo prazos, em Alcochete.

O secretário-geral do PS não se debruçou de forma desenvolvida sobre esse episódio que marcou a sua presença no Ministério das Infraestruturas, mas advertiu que nenhuma solução para o futuro aeroporto de Lisboa terá um apoio maioritário e que gerará sempre contestação.

“Temos um aeroporto com uma pista esgotada, já tivemos 50 anos de debates com 19 localizações diferentes estudadas. Do que é que Portugal está à espera. Fiz uma tentativa que se frustrou e com a certeza que não vou perder nem mais um segundo, por duas razões: a primeira é a de que precisamos mesmo de avançar sobre o novo aeroporto o quanto antes; e a segunda é simbólica, porque precisamos de passar a mensagem que o país tem de avançar, não pode ter medo de decidir”, declarou.

// Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

2 Comments

  1. Snr. Presidente, parar de fingir de morto para dizer o óbvio, confirmando a soncisse que o caracteriza, é um desperdício de tempo e de esforço. uma absoluta vacuidade, que de bom
    grado dispensamos.
    Prossiga a sua peça artística, “algures no continente português” .
    Ou fora, se assim preferir. É-me indiferente.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.