Mais pequena do que Saturno, a descoberta desta estrela subanã quente dá pistas sobre a formação deste tipo de estrelas em sistemas binários.
Uma equipa de astrónomos descobriu, recentemente, um sistema binário no qual uma “estrela morta”, ou anã branca, gira em torno da sua companheira estelar, minúscula e muito quente, tão rapidamente que comprime quase 72 anos num só dia terrestre.
Descoberto por uma equipa da Universidade de Tsinghua com a ajuda do Telescópio de Pesquisa Huateng da Universidade de Tsinghua-Ma Huateng (TMTS), o sistema TMTS J0526 está localizado a cerca de 2.760 anos-luz da Terra
A anã branca, rica em carbono e oxigénio e com uma massa de cerca de 74% da massa do nosso Sol, gira em torno da estrela subanã quente, que tem uma massa de cerca de um terço da nossa estrela.
Segundo o Space, tem cerca de sete vezes a largura da Terra, o que a torna mais pequena do que Saturno e Júpiter e uma das menores estrelas já observadas em termos de volume.
Com a sua fina atmosfera de hidrogénio, a pequena estrela é ainda maior e mais visível do que a sua companheira anã branca.
No entanto, esta última é capaz de deformar a pequena estrela numa forma elipsóide através da sua grande influência gravitacional, à medida que as duas se orbitam mútua e rapidamente.
Esta descoberta, apoiada por observações do Telescópio de Pesquisa Tsinghua University-Ma Huateng (TMTS), está em linha com as previsões teóricas sobre a evolução das subanãs mais leves, que difere significativamente da das suas correspondentes ligeiramente mais pesadas.
“Este sistema binário único, que inclui estrelas ultrapequenas e ultraleves e um período orbital extraordinariamente curto, tinha sido previsto, mas nunca tinha sido detetado. Agora, o nosso trabalho oferece a primeira prova direta e observacional”, escreveram os cientistas.
A descoberta deste sistema é significativa tanto pelo seu período orbital incrivelmente curto, como também por ser um alvo capaz de ajudar a explicar como nascem estas pequenas estrelas subanãs.
Aliás, segundo os investigadores, este estudo dá peso a uma teoria proposta por uma equipa de astrónomos chineses há cerca de duas décadas, em que previam que estrelas pequenas e leves poderiam ser criadas por troca de massa num sistema binário.
O artigo científico, que detalha a mais recente descoberta, foi publicado, este mês, na Nature Astronomy.