Uma pesquisa, no Reino Unido, com mais de 46.000 trabalhadores revelou que as iniciativas de bem-estar nas empresas têm pouco impacto na melhoria da saúde mental dos empregados – mas há uma exceção.
Uma estudo publicado esta quarta-feira, no Industrial Relations Journal, revelou que as iniciativas de bem-estar oferecidas por muitas empresas – vulgarmente conhecidas como “team building” – não têm impactos positivos na saúde mental dos trabalhadores.
O estudo incidiu em 46.000 trabalhadores de 233 empresas de vários setores, no Reino Unido – onde mais de metade das empresas já implementaram estratégias para garantir o bem-estar dos funcionários (como meditação, workshops de mindfulness, voluntariado, congressos, cursos de sustentabilidade e responsabilidade social, etc.).
O autor do estudo, William Fleming, da Universidade de Oxford (Reino Unido), explicou, citado pela New Scientist, que essas estratégias são projetadas para aprimorar capacidades psicológicas e comportamentais.
No entanto, uma análise aos dados da pesquisa “Britain’s Healthiest Workplace”, mostrou um panorama diferente. Ao examinar as respostas de empregados, Fleming não encontrou diferenças significativas na saúde mental auto-relatada entre aqueles que participaram dessas iniciativas de bem-estar e aqueles que não participaram.
Cerca de 5.000 indivíduos relataram ter participado em pelo menos um programa de bem-estar no último ano, mas os resultados não mostraram benefícios notáveis para a saúde mental. “Os programas não parecem trazer benefícios”, concluiu Fleming.
Mas há uma exceção…
O voluntariado foi a única atividade que o estudo identificou como benéfica.
De acordo com William Fleming, os trabalhadores envolvidos em programas de voluntariado patrocinados pela empresa relataram, em média, melhor saúde mental.
O sociólogo defende que – a fim de melhorar a saúde mental dos trabalhadores – as empresas, em vez de se focarem em iniciativas de bem-estar, devem focar-se em melhorar fatores como o ambiente de trabalho, a carga de trabalho, as horas de trabalho e alterar estratégias de gestão.
