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Zara inspirou-se nas mortes em Gaza para campanha publicitária? Parece, mas talvez não…

Modelo a segurar manequim envolto em pano branco numa imgem da campanha publicitária da Zara que foi criticada por, alegadamente, ser inspirada nas mortes em Gaza.

A Zara retirou do ar a campanha publicitária que estava a divulgar uma das suas últimas colecções depois de ter sido acusada de se ter inspirado na guerra em Gaza. Mas, afinal, pode não ter sido o caso.

A marca espanhola foi alvo de críticas e apelos de boicote nas redes sociais, com protestos também nas lojas físicas da Zara em vários países, incluindo algumas fachadas pintadas de vermelho. Tudo devido à campanha publicitária de divulgação da colecção “Atelier”.

A campanha foi lançada a 7 de Dezembro passado, incluindo imagens no espaço de um atelier, com manequins de plástico desmembrados e estátuas envolvidas em panos brancos.

Numa das fotos, uma modelo surge a segurar, acima dos ombros, um manequim envolvido num pano branco. As vozes críticas dizem que este manequim é uma referência aos cadáveres envoltos nas mortalhas brancas que têm aparecido em Gaza, no âmbito da guerra entre o Israel e o Hamas.

Activistas pró-palestinianos ficaram indignados com a campanha e têm apelado ao boicote à marca, com muitos comentários nas redes sociais a criticarem a Zara com bandeiras palestinianas. A hashtag #BoycottZara chegou a ser tendência na rede social X, o antigo Twitter.

Entretanto, houve protestos em algumas das lojas físicas da Zara, com pessoas a usar os típicos lenços palestinianos e bandeiras da Palestina, empunhando cartazes e objetos na mão a imitar os corpos dos cadáveres envoltos em mortalhas brancas.

Dona da Zara fala em “mal-entendido”

Perante o mar de críticas, a Inditex, a dona da Zara, viu-se obrigada a retirar a campanha do mercado. Assim, as imagens desapareceram dos diversos veículos de comunicação da marca na Internet.

Apesar disso, a Inditex assegura que foi “um mal-entendido”. “Infelizmente, alguns clientes sentiram-se ofendidos por estas imagens”, vendo nelas “algo distante do que se pretendia quando foram criadas”, refere a empresa num comunicado citado pelo jornal El Mundo.

A Inditex diz que a campanha foi concebida em Julho passado, e que as fotografias foram feitas em Setembro, ou seja, antes da guerra de Gaza ter estalado a 7 de Outubro.

Aquando do lançamento da campanha, a Zara anunciou que esta era inspirada na alfaiataria masculina antiga, justificando assim a intenção de mostrar um atelier de artista com materiais de embalagem, caixas de madeira e assistentes vestidos com macacões de trabalho.

Entretanto, há dias, a Zara foi muito criticada por israelitas devido a uma casaco da marca que foi visto como uma forma de apoio à Palestina devido às suas cores.

Susana Valente, ZAP //

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