A Zara retirou do ar a campanha publicitária que estava a divulgar uma das suas últimas colecções depois de ter sido acusada de se ter inspirado na guerra em Gaza. Mas, afinal, pode não ter sido o caso.
A marca espanhola foi alvo de críticas e apelos de boicote nas redes sociais, com protestos também nas lojas físicas da Zara em vários países, incluindo algumas fachadas pintadas de vermelho. Tudo devido à campanha publicitária de divulgação da colecção “Atelier”.
A campanha foi lançada a 7 de Dezembro passado, incluindo imagens no espaço de um atelier, com manequins de plástico desmembrados e estátuas envolvidas em panos brancos.
Numa das fotos, uma modelo surge a segurar, acima dos ombros, um manequim envolvido num pano branco. As vozes críticas dizem que este manequim é uma referência aos cadáveres envoltos nas mortalhas brancas que têm aparecido em Gaza, no âmbito da guerra entre o Israel e o Hamas.
Activistas pró-palestinianos ficaram indignados com a campanha e têm apelado ao boicote à marca, com muitos comentários nas redes sociais a criticarem a Zara com bandeiras palestinianas. A hashtag #BoycottZara chegou a ser tendência na rede social X, o antigo Twitter.
BOYCOTT @ZARA pic.twitter.com/Q9lgreDP6l
— Hamad Alnajjar 🇵🇸🇹🇷 (@hamad_alnajjar) December 12, 2023
Zara is making fun of dead kids.
Boycott Zara.
Zara is disgusting.#BoycottZara pic.twitter.com/tq5nl4fTQc
— Naila Ayad🇵🇸 (@Naila_Ayad) December 12, 2023
Algunas fotos de la promoción de ZARA…#BoycottZaraProducts https://t.co/H4DODtCSaM pic.twitter.com/FJBOomWhn5
— Paz Carretero 💜🌍♈🐍💕 (@HeiwaPaz) December 12, 2023
Entretanto, houve protestos em algumas das lojas físicas da Zara, com pessoas a usar os típicos lenços palestinianos e bandeiras da Palestina, empunhando cartazes e objetos na mão a imitar os corpos dos cadáveres envoltos em mortalhas brancas.
Mocking Gaza is not acceptable!!
Boycotting Zara for life time
Shame on Zara#BoycottZara pic.twitter.com/p8YOUJd3Gv— Shamaeem (@Shamaeem31) December 12, 2023
Boycott #Zara
Zara is getting the Starbucks treatment 👏#BoycottZara #Gaza_Geniocide #IsraelTerorrist #FreePalestine pic.twitter.com/fYAumYUMBf
— Fizza Rizvi (@FizzaRizvi92) December 12, 2023
Dona da Zara fala em “mal-entendido”
Perante o mar de críticas, a Inditex, a dona da Zara, viu-se obrigada a retirar a campanha do mercado. Assim, as imagens desapareceram dos diversos veículos de comunicação da marca na Internet.
Apesar disso, a Inditex assegura que foi “um mal-entendido”. “Infelizmente, alguns clientes sentiram-se ofendidos por estas imagens”, vendo nelas “algo distante do que se pretendia quando foram criadas”, refere a empresa num comunicado citado pelo jornal El Mundo.
A Inditex diz que a campanha foi concebida em Julho passado, e que as fotografias foram feitas em Setembro, ou seja, antes da guerra de Gaza ter estalado a 7 de Outubro.
Aquando do lançamento da campanha, a Zara anunciou que esta era inspirada na alfaiataria masculina antiga, justificando assim a intenção de mostrar um atelier de artista com materiais de embalagem, caixas de madeira e assistentes vestidos com macacões de trabalho.
Entretanto, há dias, a Zara foi muito criticada por israelitas devido a uma casaco da marca que foi visto como uma forma de apoio à Palestina devido às suas cores.
You really want people to believe someone wore this jacket from Zara in order to signal support for… Palestine? What did the dinosaur mascot that they had the week before symbolise? Haha.
This is paper thin and you sound very unreasonable. pic.twitter.com/KieNQQMK4b
— Stephen Knight 🎙️ (@GSpellchecker) November 26, 2023