Israel vai inundar túneis em Gaza. Hamas sedou reféns antes de os libertar

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Atef Safadi/EPA

Água do Mediterrâneo extraída para inundar 500 km de túneis – onde devem estar reféns. E duvida-se da eficácia do sistema.

Na guerra em Gaza, entre as várias tácticas utilizadas, o Hamas está a utilizar túneis para colocar lá os seus combatentes.

Mas Israel tem um plano: inundar os túneis para expulsar os terroristas.

O The Wall Street Journal cita fontes do Governo dos Estados Unidos da América, que indicam que o Governo israelita já montou o seu sistema.

O esquema será bombear água do mar Mediterrâneo da costa de Gaza para dentro dos túneis, até que estes fiquem completamente inundados.

A ideia é retirar de lá todos os militantes do Hamas ao longo das próximas semanas.

Os túneis têm sido utilizados, não só como esconderijos, mas também como bases militares onde se planeiam ataques a Israel, acredita o Governo israelita.

Vai ser precisa muita água, já que os túneis têm ao todo cerca de 500 quilómetros (é mais do que toda a rede do metro de Londres, por exemplo). Cada uma das “bombas” deve conseguir extrair, por hora, milhares de metros cúbicos de água do Mediterrâneo.

Mas, segundo o mesmo jornal, o processo começou. Serão construídos cinco postos de “bombardeamento” de água a partir da costa – e o primeiro já está pronto, no norte de Gaza.

Os EUA, quando souberam da ideia, ficaram algo reticentes. Quer em relação à eficácia da medida, quer em relação às preocupações ambientais. E ainda perguntaram se os túneis são mesmo usados a nível militar, pelo Hamas.

Além disso, há outra preocupação: os reféns. Os túneis devem ter alguns reféns israelitas.

Tranquilizantes aos reféns

O grupo islamita Hamas administrou tranquilizantes a alguns dos reféns antes da sua libertação para os fazer parecer mais relaxados e felizes, declarou um representante do Ministério da Saúde de Israel.

A denúncia foi feita por Hagar Mizrahi, chefe da divisão médica do Ministério israelita, durante uma audiência do comité de saúde do Parlamento israelita (Knesset).

O médico afirmou que membros do grupo islamita administraram o medicamento clonazepam a alguns reféns antes de serem entregues aos representantes da Cruz Vermelha, que os retiraram da Faixa de Gaza.

Esta droga, acrescentou Mizrahi, teria sido administrada para que parecessem calmos, felizes e otimistas durante a sua libertação, depois de terem passado mais de um mês e meio em cativeiro.

Mizrahi não informou, porém, se o uso de tranquilizantes foi confirmado por exames de sangue realizados nos reféns ou por depoimentos dos libertados.

Estas declarações surgem poucos dias depois de ter terminado uma trégua de uma semana entre Israel e o Hamas, durante a qual foram trocados 105 reféns raptados pelo grupo islamita e 240 prisioneiros palestinianos que estavam nas prisões israelitas.

Ainda há 138 reféns dentro da Faixa de Gaza, embora tenha sido confirmado que 15 destes estão mortos.

// Lusa

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5 Comments

  1. No contexto ultra polarizado em que estamos, e onde a desiformação reina (de todos os lados!), seria de esperar que qualquer orgão de comunicação social, digno e imparcial (onde espero que a Zap AEIOU se queira inserir), tenha o máximo cuidado na redação dos seus textos.

    Embora no seio do texto seja indicada a fonte quando se apresenta o texto “O grupo islamita Hamas administrou tranquilizantes a alguns dos reféns antes da sua libertação para os fazer parecer mais relaxados e felizes, declarou um representante do Ministério da Saúde de Israel”, infelizmente, não tiveram o mesmo cuidado na redação do título da notícia…

    O título, apresentado na forma “…Hamas sedou reféns antes de os libertar” expressa um “facto” que não se encontra de todo provado por fontes fiáveis. Não considerando nem o Hamas nem qualquer órgão do estado Israelita (e IDF) como fontes dignas e fiáveis. Estes “factos” facilmente se tornam desinformação, e todos sabemos (ou devíamos saber) onde a desinformação nos leva…

    • Caro leitor,
      Obrigado pelo seu pertinente reparo.
      Só conhecemos duas formas de ser imparciais: não dar nenhuma notícia, ou dar notícias que apresentem as diversas perspetivas de um dado tema. Escolhemos esta última opção, conscientes de que, se noutros tempos a ausência de informação era um problema, nos tempos que vivemos a desinformação é um problema quiçá mais grave.
      Assim, independentemente da opinião que possamos ter (e que os nossos leitores sabem construir) sobre a fiabilidade das fontes da informação que nos chega e que como tal reproduzimos, temos o cuidado de referir sempre a origem dessa informação.
      Sujeitamo-nos com isso a que à segunda, quarta e sexta alguns dos nossos leitores nos acusem de sermos “um pasquim de extrema direita”, e à terça, quinta e sábado outros nos chamem um “outlet de extrema esquerda”. Mas vivemos bem com isso, e ao domingo pelo menos descansamos…

  2. Caro ‘ZAP’,
    Entendo tudo isso que me escreveram, mas desculpem-me por não me auto-considerar como uma pessoa extremista. Tento ser minimamente equilibrado e apenas vos ‘acusei’, de certo modo, de não terem seguido – em parte – as normas jornalísticas enunciadas no vosso próprio Estatuto Editorial.
    Não tendo incluido a fonte da afirmação no respetivo título, o mínimo dos mínimos que deveriam ter feito, era de colocar essa afirmação entre aspas, e nem isso o fizeram. E na vossa longa resposta, não conseguiram admitir que poderiam (/deveriam) ter feito melhor nesse simples ponto, algo que até verifiquei que fizeram noutros títulos de outros artigos.

    Grato por ter surgido, pelo menos, uma resposta vossa, e por terem levantado a inicial censura ao meu comentário (pelo menos, foi a ideia com que fiquei, como sabem).

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