Onda de calor levou o Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (INMET) a ampliar alerta de “grande perigo” para 15 estados no dia mais quente da história do Rio de Janeiro. Consumo energético (e São Paulo) também bateu recorde.
A cidade do Rio de Janeiro registou esta terça-feira uma sensação térmica de 58,5°C, a mais elevada desde que o serviço municipal de meteorologia Alerta Rio começou a monitorizar este parâmetro.
A medição foi realizada pela estação do Alerta Rio em Guaratiba, na zona oeste da cidade. Naquele momento, pelas 09h15, os termómetros marcavam 35,5°C.
Desde a chegada da onda de calor que afeta vários estados brasileiros, o Rio já tinha registado o dia mais quente do ano no domingo, dia 12, com uma temperatura de 42,5°C, e uma sensação térmica de 52 °C na manhã de segunda-feira.
O recorde de calor é o maior desde que o Alerta Rio começou a fazer as medições de temperatura na cidade. O órgão informa que as outras duas maiores sensações térmicas deste ano foram de 58,3 °C em 17 de fevereiro e de 58°C em 4 de fevereiro.
A cidade de São Paulo também registou (outra vez) o dia mais quente do ano esta terçs-feira, com 37,4ºC a serem registados às 15h na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona Norte da capital paulista.
Brasil sob alerta de “grande perigo”
O agravamento da onda de calor no Brasil levou o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) a ampliar, esta segunda-feira, o alerta de “grande perigo” para 15 estados e o Distrito Federal devido às temperaturas acima da média, estendendo assim o aviso até sexta-feira. Anteriormente, o alerta abrangia seis estados e o Distrito Federal até esta quarta-feira.
Na prática, o alerta realça uma temperatura 5°C acima da média por um período superior a cinco dias e recomenda que as pessoas evitem horários de sol intenso, das 11h às 15h, usem protetor solar, mantenham-se hidratadas e procurem ajuda médica em caso de mal-estar.
Estão agora sob alerta Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiânia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal.
O calor intenso, registado principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil, deve continuar ao longo de toda a semana, e a ausência de nuvens no céu torna a exposição à radiação solar e a sensação de calor ainda mais perigosa.
A onda de calor surge numa altura do ano em que, normalmente, a estação das chuvas já está estabelecida e as nuvens funcionam como um controlo das temperaturas. A ausência desta defesa, segundo a meteorologista do INMET, Anete Fernandes, potencia os efeitos do fenómeno climático.
“Quando há ausência de chuva nesta altura do ano, a que chamamos de ‘veranico’, a falta de nuvens favorece uma grande incidência de radiação na superfície, o que está a acontecer agora. Assim, as temperaturas elevam-se bastante”, explicou.
Consumo energético: valor mais alto da história
As temperaturas abrasadoras fizeramcom que o país atingisse, esta segunda-feira, um novo recorde nacional de consumo de energia elétrica.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Eléctrico, foi alcançado um recorde na procura instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), às 14h17, quando se atingiu o patamar de 100.955 megawatts (MW), com o calor a fazer disparar, nomeadamente, o uso de sistemas de ar condicionado.
Entre os principais impactos, especialistas destacam o aumento dos custos com energia, pelo maior uso do ar condicionado, a perda de eficiência do sector agrícola e da aviação.
ZAP // DW