Têm um aspeto tão assustador como o nome, existem há cerca de 125 milhões de anos, e provavelmente nunca ouviu falar deles.
Os tubarões-demónio (Mitsukurina owstoni ), que vivem a profundidades aproximadas de 1000 metros, são das criaturas mais invulgares e fascinantes dos oceanos.
Ao contrário dos seus parentes mais famosos, como o tubarão-branco, estes habitantes das profundezas têm uma pele rosa e um focinho longo e em forma de lâmina.
A característica mais notável destes predadores, no entanto, é a sua capacidade de estender rapidamente a mandíbula para fora da boca para capturar presas.
Estas criaturas antigas existem há cerca de 125 milhões de anos, tendo sobrevivido a extinções em massa e alterações climáticas.
Os tubarões-demónio não nasceram para grandes corridas: são nadadores relativamente lentos, realça a ZME SCience. São animais solitários, não caçam em grupo e o seu habitat preferido inclui as margens das plataformas continentais.
Tipicamente, pesam cerca de 208,6 quilogramas e crescem até aos 3,7 metros de comprimento, e alimentam-se principalmente de peixes de águas profundas, lulas e crustáceos
Para capturar as suas presas, usam um mecanismo próprio das suas características mandíbulas e órgãos especializados no focinho, conhecidos como Ampolas de Lorenzini, para detetar os campos elétricos produzidos por outros animais marinhos.
Quando o tubarão-demónio sente uma presa potencial, a sua mandíbula é projetada para a frente numa fração de segundo, capturando a presa com os seus dentes longos e pontiagudos num método conhecido como alimentação por embate.
Originalmente avistados nas costas do Japão, os tubarões foram batizados a partir dos “tengus”, criaturas míticas famosas na tradição japonesa pelos seus longos focinhos semelhantes a bicos.
Contrariamente à sua aparência e nome um tanto inquietantes, os tubarões-demónio não representam nenhuma ameaça conhecida para os humanos, principalmente devido ao seu habitat de águas profundas e hábitos alimentares especializados.
Embora estejam classificados como uma espécie de “Menor Preocupação” pela IUCN. No entanto, os tubarões são vulneráveis às atividades de pesca de arrasto e pesca em águas profundas, estando sujeitos a capturas acidentais. As suas mandíbulas também são cobiçadas por colecionadores privados.
Dadas as dificuldades logísticas levantadas pelo estudo de criaturas que habitem em profundidades tão remotas, estas criaturas evasivas continuam a constituir um enigma para os cientistas.
Contudo, o pouco que se sabe sobre os tubarões-demónio — da sua linhagem pré-histórica até às suas técnicas de alimentação surpreendentes — coloca-os no topo da lista das espécies mais intrigantes dos oceanos.