Oximel: a antiga poção de mel e vinagre que trata mesmo infeções crónicas

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Uma equipa de investigadores da Universidade de Warwick descobriu que o oximel, uma mistura ancestral de mel e vinagre, pode ser eficaz no tratamento de infeções crónicas em feridas.

O oximel, um antigo remédio que era receitado por Hipócrates, pode ser uma alternativa barata e eficaz aos antibióticos no tratamento de feridas crónicas, conluiu um novo estudo.

Embora tanto o mel como o ácido acético (o componente ativo do vinagre) sejam usados individualmente na medicina moderna para tratar feridas, a eficácia da sua combinação nunca tinha sido explorada até agora.

O estudo, recentemente publicado na revista Microbiology, analisou o efeito do oximel em biofilmes — colónias de patógenos comuns em feridas como o Pseudomonas aeruginosa e o famigerado Staphylococcus aureus.

A aplicação de doses baixas de mel e ácido acético separadamente mostrou sucesso limitado no combate a estas bactérias. No entanto, a combinação dos dois, conhecida como oximel, matou até 1.000 vezes mais bactérias do que só o vinagre e até 100.000 vezes mais do que só o mel.

Esta descoberta é particularmente relevante dada a cada vez maior disseminação de bactérias resistentes a antibióticos e o aumento da prevalência de feridas crónicas, especialmente entre pacientes com condições como diabetes e traumas de queimaduras.

Cerca de 1 a 2% das pessoas nos países desenvolvidos sofrem de uma ferida crónica durante a sua vida, um número que parece estar a aumentar à medida cresce que a incidência de condições como a diabetes.

“As feridas crónicas colocam sob pressão significativa os sistemas de saúde”, explica Andrew Vardanian, cirurgião plástico da UCLA Health especializado em feridas complexas, citado pela Scientific American.

“Precisamos de mais opções de tratamento, pois muitas das abordagens atuais são ineficazes ou tornam a bactéria mais resistente a medicamentos”, acrescenta Vardanian.

O baixo custo do oximel pode também torná-lo uma opção atrativa para os prestadores de cuidados de saúde. “É uma alternativa mais barata aos tratamentos existentes para infeções persistentes”, observou Vardanian.

O próximo passo para os investigadores é agora entender por que motivo o oximel é mais eficaz do que qualquer um dos seus componentes isoladamente.

Se a sua eficácia for comprovada em ensaios humanos, o ancestral remédio pode tornar-se um complemento crucial ao conjunto de ferramentas disponíveis atualmente para tratar infeções resistentes a antibióticos.

ZAP //

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