Vítima do jogo macabro tinha vários sinais de esfaqueamento. Após seis anos, os 50 desafios mortais ainda assombram crianças e adultos.
Uma brincadeira inspirada no perigoso jogo “Baleia Azul” terminou de forma trágica para um homem de 35 anos, de nacionalidade inglesa, que foi encontrado morto com sinais de esfaqueamento numa zona florestal de difícil acesso na madrugada de domingo, em Pedrógão Grande, avança o Correio da Manhã.
O grupo de amigos da vítima, também de nacionalidade britânica, dirigiu-se ao posto da GNR de Figueiró dos Vinhos para relatar a ocorrência, onde um dos indivíduos, de 26 anos, admitiu ser o autor das agressões, justificando o ato como parte dos desafios do referido jogo macabro. O grupo colaborou com as autoridades e indicou-lhes a localização do corpo.
Antes do acidente trágico, o grupo esteve numa festa privada da comunidade inglesa em Pedrógão Grande, onde conviveu com outros ingleses durante a noite e madrugada, antes de se dirigirem ao local isolado onde ocorreu o crime, consequência de um jogo já conhecido pelas autoridades.
Os amigos da vítima, pelo menos três rapazes e duas raparigas, passaram o dia na GNR de Pedrógão Grande a ser interrogados por inspetores da PJ. Até ao momento, ainda não foi confirmado se os suspeitos ficaram detidos para comparecerem mais tarde a tribunal.
Com origem na Rússia, o jogo online “Baleia Azul” tornou-se motivo de preocupação em diferentes países e consiste numa série de 50 desafios diários enviados ao participante por um “mentor”.
As tarefas vão desde o mais básico, como desenhar uma baleia azul numa folha de papel até outras muito mais mórbidas, como cortar os lábios ou furar a palma da mão diversas vezes. Como desafio final, o jogador enfrenta o suicídio.
Ver filmes de terror, subir a telhados, cortar os lábios ou furar a palma da mão são alguns dos passos exigidos – e as provas do cumprimento das tarefas (fotografias ou vídeos) devem ser enviadas ao “curador”.
Em 2017, o jogo chegou oficialmente a Portugal. Uma rapariga de 18 anos foi encontrada com vários ferimentos junto à linha férrea do Algarve, em Albufeira, depois de seguir as regras do jogo que incita jovens à automutilação e ao suicídio.
A rapariga foi resgatada pelos bombeiro com ferimentos na cara e vários cortes numa perna que formavam a palavra “sim”.