Guerra: ucranianos improvisam com fita adesiva

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Mikhail Palinchak / EPA

Governo quer gastar mil milhões de euros para melhorar os seus drones. Para já, a realidade no terreno é outra.

A Ucrânia quer melhorar a sua capacidade de atacar a Rússia – e de se defender – pelo ar.

Nesse contexto, o Governo de Kiev quer gastar cerca de mil milhões de euros para melhorar os seus drones, que são mais eficazes no reconhecimento, lançamento de bombas ou auto-explosão com o impacto. São mais precisos e poupam vidas e dinheiro.

A Ucrânia quer ter um “exército de drones” de última geração, segundo Mykhailo Federov, ministro da transformação digital da Ucrânia.

O mesmo ministro assegura que está quase a começar uma nova etapa na guerra.

Mais de 10 mil novos pilotos de drones já treinaram ao longo de 2023, na Ucrânia, mas para já a realidade no terreno é outra.

A agência Associated Press descreve a rotina de uma unidade ucraniana que está em Svatove.

Há meses que aquela unidade está a modificar drones – mas todos os pilotos são voluntários e muitos nunca tinham estado nas forças armadas.

Um dos soldados, que era gerente de vendas antes da guerra, está a preparar bombas. Utiliza algemas flexíveis de plástico e fita adesiva; e é com isso que protege projcéteis de artilharia e baterias volumosas, transformando um drone comercial barato numa “máquina assassina”.

Do outro lado, na linha da frente, os russos foram ficando cada vez mais dependentes de drones explosivos de curto alcance. Por isso, implantaram mais dispositivos portáteis de interferência, que travam os drones da Ucrânia.

Para responder, os ucranianos – também aqui – tiveram de improvisar. E alguns conseguiram escapar, explodindo drones russos.

No entanto, nesta luta constante pelo ar, os russos vão aprender com os avanços do adversário e vão adaptar-se novamente, criando novos esquemas.

650 mil vs. 75 milhões

A Rússia tem utilizado drones de longo alcance e de nível militar para atacar a Ucrânia, que começou a responder com os seus drones.

Mas começa a faltar dinheiro, artilharia e soldados à Ucrânia, muito por causa do contra-ataque que começou há três meses.

No entanto, os ucranianos começaram a atacar o armamento da Rússia (maior e mais caro) com drones pequenos e baratos,. Mesmo que sejam precisos vários drones ucranianos para destruir apenas um tanque russo, vale a pena.

Vale a pena por dois lados: financeiramente e porque evita a morte de (tantos) soldados ucranianos.

Para isso, uma unidade alterou os drones comerciais com hardware e software para se adequarem ao campo de batalha; são agora aparelhos que entram mais profundamente nas linhas inimigas sem serem detectados ou bloqueados.

Assim, um grupo desorganizado de engenheiros, gerentes e cineastas passou a ser uma força de combate de elite.

Resultado: 12 homens, com orçamento de cerca de 650 mil euros, destruiu equipamentos da Rússia que custariam 75 milhões de euros.

O Governo de Kiev olhou para exemplos como estes dois e agora quer melhorar a nível nacional. E prevê gastar muito mais dinheiro em drones.

A Rússia também tenta avançar no contexto dos drones: há centros comerciais russos transformados em laboratórios de investigação e fábricas dedicadas a drones.

ZAP //

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