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Será que há vida no fundo da Fossa das Marianas?

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Uma Fossa é uma depressão longa e profunda no fundo do Oceano que, normalmente, corre paralela a um limite de placas. Será que é possível encontrar lá vida?

A Fossa das Marianas situa-se no Oceano Pacífico Ocidental, a cerca de 124 milhas a leste das ilhas Marianas. Esta é a fossa oceânica mais profunda da Terra.

Segundo o A-Z Animals, esta fossa tem uma profundidade máxima de 36.037 pés — quase sete quilómetros.

A parte mais profunda do Oceano, conhecida pelo Homem, está no extremo sul da fossa — o Challenger Depp — com uma profundidade de 36.201 pés.

Até à data, só se registaram 12 mergulhos na Fossa das Marianas, com um total de 22 pessoas.

Embora a água a esta profundidade seja gelada — varia entre 34º a 39 º Fahrenheit — a pressão intensa é que a torna tão perigosa. A pressão é 1.000 vezes maior do que a pressão atmosférica normal ao nível do mar.

Os animais que habitam na Fossa das Marianas incluem xenóforos, anfípodes e pequenos pepinos-do-mar.

Estes animais sobrevivem nestas profundezas, na escuridão total e em condições de pressão extrema, consumindo substâncias químicas, tais como metano ou enxofre ou outras que se encontram mais abaixo na cadeia alimentar.

Os cientistas estudaram estas criaturas encontradas nas imagens de vídeo da expedição de James Cameron de 2012. Contudo, não há muitas provas com que trabalhar devido aos perigos extremos da exploração das profundezas do mar.

Com mais de 80% do oceano por explorar, a possibilidade de novas espécies é imensa.

De referir que os xenóforos são amebas gigantes das profundezas do mar, entre os maiores organismos unicelulares vivos do mundo. Os cientistas sabem pouco sobre estes protozoários, porque as suas estruturas delicadas são difíceis de recolher para investigação.

Estes organismos têm várias formas e tamanhos e podem assemelhar-se a esponjas esféricas, esponjas com folhos, tetraedros ou discos achatados. Deslocam-se no fundo do mar como lesmas e não têm predadores conhecidos.

Os antípodes são pequenos crustáceos espalhados por todo o oceano, mas uma espécie, em particular, habita nesta fossa marinha profunda.

NOAA

O Hirondellea gigas é uma criatura parecida com um camarão, com cerca de 5 cm de comprimento, que se alimenta de madeira caída do fundo do mar. Estas criaturas podem ficar sem comer durante muito tempo, mas comem quase tudo até “rebentar”.

Estes anfípodes produzem no seu intestino uma enzima que se alimenta de madeira e que, segundo os cientistas, pode produzir etanol, que ajuda a fabricar medicamentos, plásticos e cosméticos.

Os holotúrios são uma nova espécie de pepino-do-mar luminoso e, embora estas criaturas moles se assemelhem a um vegetal, na realidade, estão intimamente relacionados com as estrelas-do-mar e com os ouriços.

NOAA

Os pepinos observados nas trincheiras profundas da Terra têm uma cor violeta brilhante e são transparentes. O mais famoso pepino do mar profundo é apelidado de “monstro da galinha sem cabeça“.

O peixe-caracol hadal das Marianas é a espécie de peixe mais profunda alguma vez recuperada da Fossa das Marianas. Os investigadores apanharam este peixe recordista a 27.460 pés abaixo do nível do mar e acreditam que a profundidade máxima possível para os peixes é de 27.900 pés.

Esta espécie de peixe caracol adaptou-se para viver em condições de extrema pressão e escuridão total. A sua pele é transparente, não tem visão e é um dos principais predadores da Fossa das Marianas.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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