Não é a esperança. A raiva é o alimento primário do ativismo climático

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Justin Lane / EPA

Um novo estudo do Centro de Investigação Norueguês e da Universidade de Bergen revela que a raiva é a emoção primária que leva as pessoas a envolverem-se em ativismo climático.

A raiva é o alimento primário do ativismo climático, revela um estudo publicado na edição de setembro da revista Global Environmental Change.

O estudo procurou compreender os fatores psicológicos que motivam os indivíduos a envolverem-se ativamente em esforços para combater as mudanças climáticas.

A equipa, constituída pelos investigadores Thea Gregersen, Gisle Andersen e Endre Tvinnereim, inquiriu mais de 2.000 adultos noruegueses, aprofundando as suas respostas emocionais e atitudes em relação ao ativismo climático.

Estudos anteriores apontam que reduções substanciais nas emissões de gases de efeito estufa e a generalização de tecnologia capaz de remover esses gases da atmosfera poderiam parar ou até mesmo reverter as mudanças climáticas, realça o Phys.org.

No entanto, o progresso nestas frentes tem sido frustrantemente lento, levando os investigadores a examinar por que motivo existe uma discrepância tão grande entre a escala do problema e o nível de envolvimento ativo da sociedade.

O inquérito questionou os participantes sobre o seu envolvimento no ativismo climático e as emoções que poderiam motivá-los a agir.

Os inquiridos foram questionados sobre uma variedade de sentimentos, desde o medo e desespero até à raiva para com os governos por não promulgarem leis para limitar as emissões de gases de efeito estufa.

As conclusões foram reveladoras: quase metade dos inquiridos expressou a sua raiva sobre a crise climática, culpando em grande parte as atividades humanas pelo estado deteriorante do planeta.

A raiva também foi dirigida às prioridades governamentais, particularmente à alocação de fundos para atividades consideradas menos cruciais do que a mitigação das mudanças climáticas.

Quando questionados sobre que emoção mais provavelmente  os impulsionaria a envolver-se em ativismo climático, os participantes no estudo indicaram a raiva sete vezes mais do que a esperança, que ficou em segundo lugar.

Os dados sugerem que os sentimentos de raiva estão a converter o pensamento em ação, pressionando governos e indústrias a tomar as medidas necessárias para mitigar as mudanças climáticas.

Este estudo lança luz sobre os fatores emocionais que podem ser cruciais para mobilizar a opinião pública e a ação em torno da crise climática, influenciando potencialmente futuras iniciativas de advocacia e políticas.

ZAP //

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