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Eliminar a vespa-asiática “vai ser impossível”. Duas picadas mortais só no último mês

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Já foram descobertos 141 mil ninhos de vespa-asiática em Portugal. A espécie é uma ameaça para os ecossistemas e as suas picadas podem ser perigosas para humanos, no entanto, a sua eliminação total já não é possível.

Em apenas uma década, a vespa-asiática tornou-se uma ameaça alarmante no território continental de Portugal.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ao jornal Público, até junho de 2023, 91 mil ninhos deste inseto invasor foram identificados, dos quais 88 mil foram destruídos.

O problema não dá sinais de abrandar, dado que, só em 2022, mais de 17 mil ninhos foram reportados e eliminados.

Por enquanto, estes animais ainda não se espalharam por todo o território, tendo o avistamento mais a sul acontecido em Grândola. José Aranha, investigador e professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), revela que tem havido uma progressão “lenta” do norte até ao sul.

Se combinarmos os dados do ICNF e dos relatórios municipais, desde a chegada da vespa em 2011 até 2023, já foram encontrados 140 mil ninhos. Para além de serem uma ameaça para os ecossistemas devido aos seus ataques às abelhas, as vespas também são perigosas para os humanos.

O número de vespas costuma disparar no Verão e só no último mês houve registo de duas mortes causadas por picadas. Embora a picada em si provoque uma reação local, uma reação alérgica pode evoluir para anafilaxia, levando a sintomas graves, como falta de ar, tonturas e até paragem cardiorrespiratória.

A identificação da vespa-asiática é crucial para evitar o contacto. O animal é caracterizado pelas extremidades amarelas nas patas, cabeça preta, face alaranjada, asas fumadas e faixas amarelas no abdómen. Geralmente não são agressivas, mas podem atacar se entenderem que o seu ninho está sob ameaça.

Caso ache que descobriu um ninho, não deve tentar destruí-lo por sua conta. Em vez disso, qualquer avistamento de ninhos ou vespas deve ser reportado através do site stopvespa.icnf.pt ou contactando a linha SOS Ambiente.

“Acabar com as vespas-asiáticas em Portugal vai ser impossível”, garante José Aranha, que frisa que os animais encontram em Portugal excelentes condições para viver. A única coisa que se pode fazer é “controlar, minimizar e reduzir para números controláveis”.

ZAP //

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12 Comments

  1. Sem duvida que será impossível !!! Olhando para o empenho de certas autarquias e do governo só quando elas entrarem no parlamento e picarem alguns talvez acordem para o prejuízo e ameaça que estas abelhas representam.

  2. Verdade, que será impossível! Pois tanto em Pombal, como na Figueira da foz a resposta que recebemos é a mesma: não conseguimos atender a toda a gente e o tempo de espera chega a 30 dias

  3. Os bombeiros e a proteção civil queixam-se pois as autarquias não pagam a desifestação alegando que estas vespas asiáticas passaram a fazer parte do ecosistema português. Quanto á subsisytência de mel de colmeias referem que não é significativa para a nossa economia e por tal as asiáticas podem- se alimentar das abelhas obreiras.

  4. Três comentários:
    – a foto de capa não é de uma vespa asiática; deviam substituí-la por uma foto de uma vespa asiática, onde as suas características (nomeadamente a faixa amarelo-alaranjada no abdómen) sejam claramente visíveis e identificadas;
    – deviam comparar as características da vespa asiática com as características da vespa crabro, uma vespa autóctone ainda maior do que a vespa asiática; a crabro é o único predador natural da asiática;
    – deviam partilhar o link para a plataforma https://stopvespa.icnf.pt/, onde os avistamentos de vespas e/ou ninhos podem ser reportados pelo cidadão comum;

    A notícia poderia ainda referir a importância de todos nós, aí pela altura de março-abril, espalharmos armadilhas para apanhar as vespas fundadoras. Elas já andam pelas cidades, pelo que as fundadoras podem ser capturadas em praticamente qualquer local, e por qualquer um de nós.

    A propósito, as abelhas não se limitam a produzir mel. Também são responsáveis pela polinização – que é vital, por exemplo, para que as flores de muitas árvores sejam fecundadas e se transformem em frutos comestíveis.
    A presença das vespas asiáticas no território continental é um problema de todos, e que só pode ser controlado por todos.

  5. Ano passado fui picado por 10 vespas asiáticas,na região de Cantanhede,eu não morri por Deus,fui em estado grave para o hospital.

  6. Muito também por culpa de alguns municípios cujos líderes preferem financiar obras e festivais como é o caso de Amares, onde têm havido vários avistamentos de ninhos e obviamente tem sido reportado a quem de direito, porém a desculpa é de não haver verba para lidar com isso.

    Simplesmente uma vergonha

  7. É simples de resolver esse problema, cria-se em laboratório uma vespa Asiática com genes defeituosos, pode-se tirar os ferrões por exemplo. Ela vai copular com a espécie natural e gerar filhotes estéreis que por sua vez não se reproduzirão mais, até a raça ser extinta. Fizeram isso com o mosquito transmissor da dengue no Brasil e deu muito certo. Porque não tentar com a vespa?

  8. Porque e que não põe abelhas normais ao lado das vespas asiáticas assim vai aver luta pelo território espermentem está ideia ou pinhão uma colônia de formigas ao lado das vespas e uma ideia maluca mas pode ser que resulte um Abraão Eduardo

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