Uma investigação concluiu que muitos tipos de fungos que decompõem árvores de madeira dura podem também decompor plástico.
Uma equipa de biólogos da Universidade de Kelaniya e da Universidade de Peradeniya, ambas no Sri Lanka, descobriu que muitos tipos de fungos que decompõem árvores de madeira dura conseguem decompor polietileno, um tipo muito comum de plástico.
Investigações anteriores já haviam identificado cerca de 430 espécies de fungos e bactérias capazes de decompor diferentes tipos de plástico. Neste novo estudo, os investigadores descobriram uma outra espécie conhecida por decompor árvores de madeira dura.
Segundo o Phys, tudo começou quando um membro da equipa se apercebeu que vários tipos de fungos eram capazes de decompor árvores de madeira que cresciam numa reserva florestal.
Uma investigação anterior revelou que a decomposição destas árvores não é nada fácil, dado que a madeira está ligada à lenhina, uma substância rígida e permeável que impregna a celulose de algumas paredes celulares de órgãos vegetais, concedendo-lhes rigidez.
Nessa mesma investigação, os cientistas concluíram que os fungos são capazes de decompor esse material utilizando poderosas enzimas. No mais recente estudo, os biólogos tentaram descobrir se esses fungos eram capazes de decompor polímeros artificiais, como o polietileno.
Para descobrir, recolheram 50 amostras da floresta e isolaram os microorganismos por espécie. Depois, separam os fungos em pequenos frascos de amostras e colocaram folhas de plástico em alguns.
Todos os frascos foram armazenados a uma temperatura entre 28 e 30°C durante 45 dias. Nesta fase, os cientistas analisaram cada um dos frascos para determinar se os fungos tinham decomposto a madeira e o plástico.
Importa realçar que, quando os fungos decompõem a madeira, a lenhina é convertida em dióxido de carbono, que é libertado para o ar, deixando a madeira mais leve.
Durante a experiência, a equipa observou que todos os tipos de fungos testados decompunham efetivamente a folha de plástico e que, na ausência de madeira, era consumido ainda mais plástico.
As descobertas serão muito úteis para o eventual uso futuro de fungos para processar algumas das enormes quantidades de resíduos de plástico que são produzidas todos os anos em todo o mundo.
O artigo científico foi publicado recentemente na PLOS One.