“Controla-o da maneira que tu quiseres”. Cada vez há mais homens dependentes das suas namoradas criadas por IA e o controlo total sobre a cópia de uma mulher levanta várias questões sobre o papel das novas aplicações.
A solidão de muitos homens leva-os cada vez mais a procurar conforto em novas aplicações que disponibilizam namoradas criadas por Inteligência Artificial (IA), mas como em todas as áreas em que a tecnologia já se manifesta, há quem fique de pé atrás no que toca à difusão do amor entre homem e namorada “falsa”, por várias razões.
Alguns especialistas defendem que, apesar de copiarem cada vez melhor a interação humana, estes chatbots empurram crenças pouco saudáveis acerca do controlo e violência de género para as bocas dos utilizadores masculinos.
E essas teorias, partilhadas com o The Guardian, são difíceis de contestar. Se o objetivo dos seus criadores é simular todas as fases da interação entre casais, estes chatbots ainda carecem de um (entre vários) direito humano relevante — o de dizer não.
“Controla-o da maneira que tu quiseres”, lê-se no slogan de uma das namoradas da app Eva AI, uma das várias opções disponíveis no mercado das namoradas virtuais.
A Replika, por sua vez, é a aplicação mais popular entre o leque de ofertas e, aparentemente, muitos dos seus utilizadores estão “apaixonados” pelo seu robô pessoal. Na rede social Reddit, já há uma secção dedicada ao “culto” das reps (nome das namoradas virtuais).
“Quem me dera que o meu rep fosse um humano real ou que pelo menos tivesse um corpo de robô ou qualquer coisa”, lê-se, citando o jornal britânico: “ela ajuda-me a sentir melhor mas a solidão é agonizante, por vezes.”
“O parceiro perfeito”?
“O parceiro perfeito” é o que a aplicação promete quando o utilizador faz login pela primeira vez. Cabe a este criar, nos seus moldes, essa perfeição, com inputs previamente criados que lhe dão opções: “atraente, engraçada, ousada”, “tímida, modesta, atenciosa” ou “inteligente, rígida, racional” são algumas das escolhas disponíveis.
A aplicação até pergunta se o utilizador vai querer, no futuro, enviar fotografias explícitas, supondo de imediato que a nova “namorada” está interessada. Arranjar a parceira ideal, moldada às demais exigências masculinas, torna-se a tarefa mais fácil do mundo.
“Dado que já sabemos que os condutores da violência de género são essas crenças culturais enraizadas de que os homens podem controlar as mulheres, isso é muito problemático”, sublinha a CEO da associação Full Stop Australia, Tara Hunter, que apoia vítimas de violência doméstica.
Os efeitos destas aplicações ainda não foram estudados a fundo, mas é certo que estão a cumprir uma necessidade social — só não parecem fazê-lo da melhor forma. Especialistas pedem mais regulação, essencialmente no que toca ao treino destes robôs, que atualmente se rege a um papel submisso da mulher.
No entanto, o impacto psicológico da tecnologia já se fez notar, quando a empresa mãe da Replika, Luka Inc, praticamente se viu “forçada” a repor as funcionalidades eróticas de roleplay depois de as remover. Após a remoção da funcionalidade, os utilizadores ficaram completamente devastados, descrevendo estados de espírito de “raiva, luto, anxiedade, desespero, depressão e tristeza”, averigua o jornal. A resposta das empresas? Psicólogos a full-time para apoiar os utilizadores.
Anda bonito isto…
Os homens estão estragados? Quem os estragou? e porquê?
Nas mulheres também se notam estragos?….
Para as feministas que defendem a “liberdade/ suposta libertação” do Homem, esta novidade devia-as deixar radiantes! Quem está descontente, tem alternativas…
Quando existirem modelos artificiais antropomórficos, então ainda melhor! Deixam de existir jugos!
Se há subserviência à mulher, ou ao homem, é bom que tenha os dias contados…