O vulcão Anak Krakatoa, na Indonésia, entrou hoje em erupção, expelindo uma coluna de cinza com três mil metros de altura, na maior erupção desde a que causou um tsunami em 2018, matando 430 pessoas.
O Centro de Vulcanologia e Mitigação de Riscos Geológicos indonésio indicou no seu portal na Internet que o vulcão registou às 08:46 (01:46 em Lisboa) uma erupção de 56 segundos.
A explosão foi precedida por uma outra, cerca de uma hora antes, de menor intensidade, que lançou nuvens de fumo e cinzas a 957 metros de altura, com uma duração de mais de 13 minutos.
O vulcão, cuja atividade é classificado pelo centro como de nível 3, o segundo mais alto numa escala de quatro, já tinha registado várias pequenas erupções na quinta-feira e na terça-feira.
Devido ao aumento da atividade do vulcão, situado no estreito que separa as ilhas de Sumatra e Java e cujo cume se eleva a 157 metros acima do nível do mar, as autoridades criaram um raio de segurança de cinco quilómetros.
O Krakatoa já tinha entrado em erupção em abril de 2020, expelindo uma coluna de cinza com 500 metros de altura, até hoje a maior erupção desde a que causou um tsunami em 2018.
A erupção de 22 de dezembro 2018 provocou o colapso parcial do cone da montanha, originando um tsunami nas costas de Sumatra e de Java que matou 430 pessoas e deixou cerca de 14 mil feridas, de acordo com dados oficiais.
Descoberto em 1927, o Anak Krakatoa, que significa “Filho de Krakatoa”, emergiu das águas mais de meio século depois da destruição do mítico vulcão Krakatoa, numa erupção monumental, em 1883, que matou mais de 36 mil pessoas e desencadeou um período de arrefecimento global.
A Indonésia fica no Anel de Fogo do Pacífico, um arco de linhas de falhas na Bacia do Pacífico com mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam ativos. A região, com grande atividade sísmica e vulcânica, regista cerca de sete mil terramotos por ano – na sua grande maioria moderados.
O pior tsunami na Indonésia aconteceu a 26 de dezembro de 2004 no norte de Samatra e causou cerca de 230 mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico, dos quais 168 mil em território indonésio.
ZAP // Lusa