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Discurso de primeira-ministra foi escrito pelo “fascinante e aterrorizador” Chat GPT

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Mads Claus Rasmussen / EPA

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen

Ferramenta “fascinante e aterrorizadora”. Parte do discurso da primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, foi gerado pelo ChatGPT. Objetivo da líder seria alertar para os perigos da Inteligência Artificial.

“Tem sido um honra e um desafio liderar um amplo governo neste último ano parlamentar. Trabalhámos arduamente para cooperar entre partidos e assegurar um futuro forte e sustentável para a Dinamarca.”

“Tomámos medidas para combater as mudanças climáticas e assegurar uma sociedade mais justa e inclusiva onde todos os cidadãos têm oportunidades iguais. Apesar de termos enfrentado desafios e resistência ao longo do caminho, estou orgulhosa daquilo que alcançámos juntos.”

Todas estas inspiradoras palavras foram proclamadas pela primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, mas nenhuma foi escrita por ela.

Na verdade, a líder do governo dinamarquês falava esta quarta-feira ao Parlamento quando, logo após a introdução do discurso, surpreendeu toda a gente.

“O que acabei de ler não é da minha autoria”, começou por dizer, “nem de qualquer outro humano, na verdade.”

Frederiksen revelou a seguir que a parte inicial do seu discurso havia sido elaborada pelo ChatGPT, ferramenta que considerou poderosa, para o mal e para o bem.

“Mesmo não tendo acertado na mouche, tanto em termos de detalhes do programa de trabalhos do governo e na pontuação, é tanto fascinante como aterrorizador aquilo de que ele é capaz”, disse, segundo o Euractiv.

Crianças são a prioridade da líder dinamarquesa

O objetivo da primeira-ministra seria alertar para os perigos da inteligência artificial, especialmente para as crianças.

A líder destacou a facilidade com que composições, poemas e conversas completas são geradas em segundos pelo ChatGPT, algo que pode afetar negativamente as habilidades sociais dos jovens.

Para impedir que a tecnologia afete as crianças dinamarquesas, Frederiksen prometeu mais regulação de empresas de tecnologia, segundo meios dinamarqueses.

“As empresas tecnológicas estão a ficar o vosso tempo. A ficar com a vossa informação. E talvez também vos tirem a auto-estima? Devemos a vocês, crianças e jovens, a descoberta de respostas a esse desafio”, disse.

Problemas e infelicidade psicológica são, para a líder dinamarquesa, resultantes da crescente presença das crianças nas plataformas digitais.

“Vocês jovens são de muitas formas mais sociais do que qualquer outra geração prévia. Constantemente em contacto uns com os outros em múltiplas plataformas”, começou por frisar.

“No entanto, muitos de vocês estão sozinhos. Há mais ansiedade. Mais pessoas têm depressão. Os diagnósticos estão a explodir”, concluiu.

Muitos governos já alertaram para os perigos do ChatGPT, como o caso da Itália que baniu a ferramenta no passado mês de abril. A ferramenta também foi proibida nas escolas de Nova Iorque.

Na educação, outros estão a abraçar a ferramenta. É o caso dos Emirados Árabes Unidos, que vão aliar-se à Inteligência Artificial e começar a usar o ChatGPT nas salas de aula das suas escolas.

Tomás Guimarães, ZAP //

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