Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia, não vai poder participar na final do Festival Eurovisão da Canção que acontece neste sábado, em Liverpool, no Reino Unido. O líder ucraniano pretendia deixar uma mensagem em vídeo.
“O pedido de Zelenskyy para se dirigir ao público do Festival Eurovisão da Canção, embora feito com intenções louváveis, infelizmente não pode ser atendido, pois violaria as regras do evento“, explica a União Europeia de Radiodifusão (EBU), que organiza o concurso.
“Um dos pilares da competição é a natureza apolítica do evento. Este princípio proíbe declarações políticas ou similares durante a competição”, acrescenta a organização, citada pela agência France-Presse (AFP).
Eurovisão inédita por causa da guerra
Este será o primeiro Festival da Eurovisão que não é organizado no país do vencedor da edição passada devido a uma guerra.
No ano passado, a Ucrânia venceu a Eurovisão com a música “Stefania” da Kalush Orchestra. Por isso, deveria acolher este ano o concurso, mas, devido à guerra com a Rússia, a EBU decidiu que seria o Reino Unido, o segundo classificado, o país anfitrião.
A vitória da Ucrânia deveu-se essencialmente à votação popular. O país, que tinha sido invadido pela Rússia meses antes, obteve um total de 631 votos, 439 deles dados pelo voto do público.
A final deste ano contará com uma forte homenagem à Ucrânia, com a presença de onze artistas ucranianos no palco, incluindo a Kalush Orchestra, revela a EBU.
Os videoclipes transmitidos durante a noite mostrarão diferentes lugares da Ucrânia.
Liverpool também inaugurou um monumento “símbolo de esperança” para a Ucrânia, uma estátua de alumínio de um homem a segurar um livro do qual escapa uma pomba com uma bandeira ucraniana.
A Rússia foi excluída da competição, tal como na edição de 2022.
O lema da Eurovisão 2023 é “Unidos pela música”, o que por si só é também significativo à luz do Brexit que levou o Reino Unido a deixar a União Europeia.
Portugal e mais 25 países
A final da Eurovisão é exibida, em directo, na RTP1 às 20 horas de Lisboa.
Portugal foi seleccionado na primeira semifinal, na passada terça-feira, com “Ai Coração” de Mimicat, a par de temas da Croácia, Moldávia, Suíça, Finlândia, República Checa, Israel, Suécia, Sérvia e Noruega.
Esta quinta-feira, as canções de Albânia, Arménia, Austrália, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslovénia, Estónia, Lituânia e Polónia foram as últimas dez finalistas escolhidas para a final do 67.º Eurovisão da Canção.
A final conta com 26 países: os dez escolhidos esta quinta-feira, os dez que foram seleccionados na primeira semifinal, os chamados ‘Big Five’ (França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália) e a Ucrânia, por ter vencido no ano passado.
ZAP // Lusa