Cientistas identificam genes que podem reverter a perda de visão em humanos

Uma equipa de cientistas descobriu, recentemente, os genes que podem reverter a perda de visão nos seres humanos. A nova técnica poderá ajudar a devolver a visão a doentes com deficiências visuais hereditárias.

Após terem feito uma descoberta inovadora, cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, conceberam uma técnica de tratamento que promete devolver a visão a pessoas com doenças degenerativas da retina.

Este tipo de doença neurológica progressiva, causada por mutações genéticas e/ou danos ambientais ou patológicos na retina, prejudica de forma gradual a capacidade visual do paciente, que deixa de conseguir ver objetos, ler textos ou distinguir cores. Aliás, alguns doentes podem, inclusive, perder completamente a visão.

De acordo com a Unilad, a doença não tem cura, mas este novo passo científico vem dar uma nova esperança aos cientistas, que acreditam que esta nova abordagem pode mesmo curar a degenerescência da retina.

O artigo científico, publicado este mês na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), “abre a porta a abordagens de terapia celular para doenças neurodegenerativas”, nomeadamente através da expressão de genes que convertem células dormentes em novas células sensíveis à luz na retina para substituir as que se perderam devido à doença.

As células fotorrecetoras dos cones – responsáveis pela visão das cores, pela nitidez visual e pela perceção da luz – vão diminuindo gradualmente à medida que as pessoas que sofrem de doenças degenerativas da retina envelhecem, o que, consequentemente, conduz a uma inevitável perda de visão.

Com esta nova investigação, os cientistas conseguiram descobrir um tratamento que desencadeia a ativação de células gliais dormentes na retina para restaurar a atividade das células cónicas.

Além disso, também localizaram os genes que podem fazer com que as células gliais dormentes funcionem como fotorrecetores cónicos. “Identificámos dois genes que, quando expressos nestas células dormentes chamadas células de Müller, podem convertê-las em neurónios da retina“, explicou Camille Boudreau-Pinsonneault, primeira autora do artigo científico e investigadora da universidade.

A equipa encara os resultados como “monumentais”, uma vez que, no futuro, podem permitir aos médicos restaurar a perda de visão causada por doenças degenerativas da retina nos seres humanos.

Liliana Malainho, ZAP //

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