O Governo de Olaf Scholz avançou com a criação de um passe de 49 euros mensais que permite aos cidadãos circular em todos os transportes urbanos, locais e regionais da Alemanha.
Arrancou este mês na Alemanha um passe para transportes urbanos, locais e regionais em todo o país com um custo de 49 euros mensais, uma medida que é “uma verdadeira revolução” para a Allianz pro Schiene (aliança pró-ferrovia).
Mas esta mudança está a ter os seus problemas, já que este passe não pode ser comprado nas máquinas de bilhetes e a enorme procura tem leavado a que o site vá abaixo e causado enormes filas nos gabinetes das empresas de transportes.
Esta medida surge no seguimento da iniciativa que o Governo de Olaf Scholz lançou no último verão, que permitiu que a população pôde viajar por todo o país por apenas nove euros entre Junho e Agosto.
O bilhete a nove euros também teve os seus problemas, já que houve muitas queixas sobre a maior lotação dos comboios. Hanna Rhein, responsável pelas áreas de mobilidade urbana, transportes e qualidade do ar da associação ambiental DUH, aponta ao Público que “o problema não foi tanto o bilhete ser barato, mas sim termos de ter mais transportes públicos para levar este número de pessoas”. A associação considera que a medida é, mesmo assim, “um passo na direção certa”.
Já a Allianz pro Schiene vai mais longe e descreve a mudança como uma “revolução”. A porta-voz da associação, Sabrina Wendling, comentou, explica que uma viagem entre duas cidades alemãs pode exigir a compra de mais de três tipos de bilhetes em cada uma delas, para fazer a ponte entre todos os transportes necessários. Comprar o bilhete certo “é quase uma ciência” e esta medida simplifica todo o processo.
Problemas por resolver
Apesar da medida promissora, ainda há alguns problemas por resolver. “Para pessoas pobres, 49 euros ainda é muito. Com o bilhete de 9 euros, pôde ver-se que pessoas que quase nunca se movimentavam por serem muito pobres puderam por uma vez movimentar-se e andar pela sua região. Este aspecto de apoio social perdeu-se lamentavelmente com o bilhete de 49 euros”, explica Philipp Kosok, analista de transportes públicos do think tank Agora Verkehrswende.
Outra dúvida sobre o preço é durante quanto tempo se vai manter nos 49 euros por mês, já que há não há garantias de que o valor não vá subir já no próximo ano, segundo Hanna Rhein.
A falta de oferta e a os atrasos nos transportes também devem ser melhorados. “O preço é apenas um dos factores que levam a uma decisão de as pessoas usarem os transportes públicos ou o carro. A fiabilidade e frequência são também muito importantes e têm de ser melhoradas”, aponta Philipp Kosok.