A pesquisa refuta a hipótese de que a cristalização da granada do magma por baixo dos vulcões do arco continental removeu o ferro da crosta da Terra, permitindo que os continentes flutuassem.
Um novo estudo publicado na Science põe em causa a principal teoria científica que procura explicar a origem dos continentes na Terra.
Ainda pouco se sabe sobre como surgiram os continentes que tornam a Terra especial e permitiram o surgimento da vida. Durante anos, os cientistas apontaram que a hipótese mais provável é que tenha sido a cristalização da granada do magma por baixo dos vulcões a remover o ferro da crosta da Terra, permitindo que esta boiasse por cima dos oceanos e dando aso aos continentes.
A crosta terrestre divide-se em duas categorias, uma camada continental mais antiga e espessa e uma camada oceânica mais jovem e mais densa. A nova crosta continental é formada quando os seus blocos de construção passam para a superfície da Terra a partir dos vulcões do arco continental. Aquilo que distingue a crosta continental seca da crosta oceânica é sua a falta de ferro.
Até agora, os cientistas apontavam que a cristalização da granada do magma por baixo destes vulcões do arco continental teria removido o ferro não-oxidado das placas terrestres, ao mesmo tempo que esgotava o ferro do magma fundido, deixando-o mais oxidado à medida que forma a crosta continental.
A nova pesquisa está a desafiar esta ideia. “Precisamos de pressões altas para estabilizar a granada e encontramos este magma com pouco ferro em locais onde a crosta não é muito espessa e a pressão não é muito alta“, explica a geóloga Elizabeth Cottrell, autora principal do estudo, num comunicado.
Para testar esta hipótese, a equipa recriou a pressão e o calor maciços encontrados debaixo dos vulcões do arco continental usando prensas de pistão-cilindro localizadas no Laboratório de Alta Pressão do Museu Smithsonian e na Universidade de Cornell. Esses pistões podem induzir pressões massivas em pequenas amostras de rocha enquanto são simultaneamente aquecidas por um forno cilíndrico circundante.
As pressões induzidas eram equivalentes a entre 15 000 e 30 000 vezes as criadas pela atmosfera da Terra e as temperaturas geradas estavam entre cerca de 950 e 1230 graus Celsius, quentes o suficiente para derreter a rocha, relata o Space.
Numa série de 13 testes de laboratório diferentes, foram cultivadas amostras de granada de rocha fundida sob pressões e temperaturas que imitavam as condições dentro das câmaras de magma nas profundezas da crosta terrestre.
A composição destas granadas foi analisada tendo como base como eles absorvem os raios-X. Os resultados foram comparados com granadas com concentrações conhecidas de ferro oxidado e não oxidado.
Os resultados mostraram que as granadas cultivadas a partir de rochas em condições semelhantes ao interior da Terra não absorveram ferro não oxidado suficiente para explicar os níveis de esgotamento e oxidação de ferro observados nos magmas que formam a crosta continental.
O estudo não oferece possíveis teorias alternativas sobre a formação dos continentes, mas descarta a hipótese principal até agora, o que já é um começo.
A Terra é como um alto forno da produção de ferro. No alto forno o calor é produzido pela combustão do carvão. O ferro fundido, mais denso desce, A “ganga”, menos densa, tal como a crosta sobe.
A Terra é ainda como um reator nuclear. Ao contrário do que diz a teoria clássica, o calor interno da Terra é produzido pelo decaimento dos materiais radioativos. Os materiais menos densos (ganga) sobem para constituírem a crosta. Os materiais mais densos, como o ferro e outros metais, descem para constituírem o núcleo, cujo diâmetro vai aumentando.
O propalado calor interno inicial da terra já há muito que se foi. Os materiais radioativos vão sendo consumidos, quando já não forem suficientes a Terra passará a ser um astro morto. Deixa de haver vulcanismo, translações continentais, geomagnetismo. O sol abrasará a terra com radiações, desaparecerá a atmosfera. Muitos antes disso acabará a vida à sua superfície.