O pelo das preguiças pode esconder segredos para resolver os problemas das bactérias resistentes aos antibióticos.
A resistência aos antibióticos tornou-se um problema significativo, causando mais de um milhão de mortes por ano. Com as taxas de resistência a aumentar, é crucial encontrar novos antibióticos. Os cientistas viraram-se para o pelo das preguiças como uma possível fonte de moléculas que combatem doenças.
As preguiças são conhecidas pelo seu movimento lento e são um habitante típico das florestas tropicais. Estes animais têm uma dieta pobre em energia, o que torna a limpeza do seu pelo árdua, deixando-o coberto de algas e outros organismos.
No entanto, os investigadores descobriram que o pelo das preguiças pode conter bactérias que produzem antibióticos.
Os cientistas descobriram que o seu pelo contém seis géneros de bactérias, com nove estirpes que produzem moléculas que combatem doenças, incluindo Brevibacterium e Rothia.
Os especialistas observaram que o microbioma da pele e do cabelo humanos tem sido amplamente estudado, mas pouco se sabe sobre as formas de vida noutros mamíferos, como as preguiças. As moléculas descobertas no pelo da preguiça requerem testes exaustivos para verificar a sua eficácia e efeitos secundários.
O estudo, de maio do ano passado, despertou o interesse ao identificar e desenvolver novos antibióticos a partir de várias fontes. No entanto, o processo é moroso e dispendioso.
Os autores sugerem que as substâncias que identificaram poderiam inspirar a produção de moléculas de estrutura semelhante mais adequadas para o trabalho.
Embora o pelo da preguiça possa não ser uma solução direta para a resistência aos antibióticos, este estudo realça a necessidade de explorar novas fontes para a descoberta de antibióticos. Com milhões de espécies na Terra, pode haver mais moléculas que salvam vidas à espera de serem descobertas.