O caso refere-se a uma cirurgia onde o intestino de um homem de 74 anos foi perfurado, deixando-o incapaz de andar e com dificuldades na fala.
Há mais um caso a somar-se às dezenas de denúncias de negligência médica no hospital de Faro feitas pela médica interna Diana Pereira, que entretanto foi afastada. A situação data de janeiro e refere-se a uma cirurgia feita a homem de 74 anos que foi levado para o hospital após sentir uma dor forte.
“Disseram-me que o iam transferir para Portimão, mas que era uma operação simples. Deixou de falar e andar e não sabe se alguma vez vai poder reverter o estado em que ficou. É como se a vida dele tivesse parado de repente”, revela Nahir, esposa de José, ao Correio da Manhã.
Segundo Nahir, o marido foi internado devido a uma inflamação no lado direito do intestino. Acabou por lhe ser perfurado o intestino do lado esquerdo e as suas duas primeiras cirurgias foram feitas em menos de 24 horas.
A esposa afirma ainda que José esteve dois meses em coma e sofreu pelo menos uma paragem cardíaca durante o internamento. O homem vive agora com um saco agarrado ao estômago, não consegue andar e tem muitas dificuldades para falar, sentindo-se um “inválido”.
Diana Pereira juntou a situação de José às primeiras queixas que apresentou. A médica interna estava na cirurgia e afirma que foi a falta de cuidado do médico responsável que levou à perfuração do intestino e aos problemas consequentes.
O clínico em causa está a ser investigado pode ainda fazer uma operação a José, algo que revolta a família. “Perguntei-lhe se não podia ser outro médico. Ele está a ser investigado, não sentimos segurança no trabalho dele. Respondeu-nos de forma arrogante que não. Ou queremos assim, ou não se faz”, conta Nahir.
A médica denunciante foi ouvida no hospital de Portimão na semana passada no âmbito do inquérito interno aberto em Faro na sequência das suas acusações, que incluem casos de mortes que terão sido causadas devido a erros grosseiros e negligentes dos médicos. A PJ está também a investigar as denúncias da médica, que já disse que espera recuperar o emprego após o fim da investigação.