Aterros estão a abarrotar. A solução custa mais de 800 milhões de euros

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Os aterros sanitários em Portugal estão cada vez mais perto do seu limite. A solução pode custar mais de 800 milhões de euros.

Por ano, cada português produz mais de meia tonelada de lixo. A produção de resíduos urbanos aumentou em 72 quilos por habitante, confirmou recentemente o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro. Esta subida está a sobrecarregar os 34 aterros que existem no país.

Em entrevista ao Jornal de Negócios, o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, admite que, a médio prazo, muitos deles estão a chegar ao seu limite e não descarta que novos aterros possam surgir. No entanto avisa: “Para não abrirmos novos temos de acelerar as políticas de redução”.

Dados de 2021 mostravam que Portugal já só tinha disponível menos de um quarto (24%) da capacidade de deposição em aterro. Está previsto um estudo para avaliar a autossuficiência dos nossos aterros e avaliar localizações para a construção de novos.

“É verdade que nos últimos anos Portugal aumentou a produção de resíduos para para 513 quilos por habitante/ano, mas isso aconteceu porque há crescimento económico e um maior consumo. Um dos grandes objetivos do PERSU 2030 é dissociar o crescimento económico do consumo de recursos, passando para uma economia mais circular”, explicou Hugo Pires.

“É evidente que não estamos satisfeitos com o percurso feito até aqui queremos acelerar, sermos mais ambiciosos e fazer melhor”, acrescentou o governante, em declarações ao Jornal de Negócios.

O PERSU 2030 contabiliza um investimento necessário na ordem dos 809 milhões de euros. Desse montante, 475 milhões serão investidos para aumentar a capacidade de tratamento de resíduos e reconverter instalações. Outros 334 milhões de euros serão “para adaptação das unidades de tratamento mecânico e biológico e investimento em novas valorizações orgânicas”.

“A prevenção da produção de resíduos é o primeiro ponto estratégico que nós temos no PERSU. Isto faz-se com o plano de ação para a economia circular, com o combate ao desperdício alimentar, com o fomento de um programa de compras para a administração pública”, justifica o secretário de Estado do Ambiente.

ZAP //

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