“Escândalo político”. PSD não perdoa autarcas do PS que saíram com Cavaco a falar

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O PSD/Matosinhos exige a demissão “imediata” da presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), a socialista Luísa Salgueiro, depois de esta ter abandonado, juntamente com o autarca de Loures, uma conferência quando o ex-Presidente da Republica Cavaco Silva começou a discursar.

“Esta atitude revela falta de noções institucionais”, aponta o líder da concelhia do PSD/Matosinhos, Bruno Pereira, citado em comunicado. “Para Luísa Salgueiro [presidente da Câmara de Matosinhos], o que mais importa é o PS e não a dignidade da República, da instituição que lidera, a ANMP, ou dos matosinhenses”, afirma ainda.

Estas palavras referem-se à conferência que decorreu no sábado passado, assinalando os 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), uma iniciativa da Câmara de Lisboa onde Cavaco Silva teceu duras críticas ao novo programa “Mais Habitação” e à actuação do Governo socialista.

No início do discurso do antigo Presidente da República, os autarcas do PS Luísa Salgueiro e Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, saíram da sala. Uma atitude que Bruno Pereira classifica como “condenável”.

PSD desafia Luísa Salgueiro a demitir-se da ANMP

Falando em “escândalo político”, Bruno Pereira entende que Luísa Salgueiro tem muitas explicações a dar aos autarcas, independentemente do partido pelo qual foram eleitos. Assim, entende que “deve colocar o seu lugar à disposição de imediato”.

Caso não se demita, o vereador do PSD espera que na próxima reunião da ANMP os autarcas, sobretudo os do PSD, façam sentir a Luísa Salgueiro que o seu “reinado à frente deste organismo já não reúne as condições de governabilidade“.

Na sua opinião, a democracia exige a todos os políticos princípios democráticos, respeito pelo Estado de direito e pela opinião de todos, mesmo que não se concorde com estes.

Bruno Pereira já tinha defendido antes a demissão de Luísa Salgueiro da ANMP depois de a socialista ter sido constituída arguida pelo Ministério Público no caso Operação Teia que investiga suspeitas de violação das regras da contratação pública em dezenas de ajustes directos.

Autarca de Loures diz que Moedas lhe pediu desculpas por críticas de Cavaco

O presidente da Câmara de Loures garante à Rádio Renascença (RR) que o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, lhe pediu desculpas depois das críticas de Cavaco Silva ao Governo.

“Pediu-me desculpa por isso, porque é algo que saiu fora daquilo que estava programado, e aquilo se transformou num autêntico comício do PSD“, refere Ricardo Leão à RR.

“Esta era uma actividade da Câmara de Lisboa e eu pensei, sinceramente, que estava num comício do PSD. E eu, para comícios do PSD não vou“, salienta ainda em jeito de justificação da saída da conferência.

Leão diz que as declarações de Cavaco Silva foram “deselegantes” e “inoportunas”. E acrescenta que Moedas compreendeu a posição assumida por si e por Luísa Salgueiro.

Moedas não quis confirmar à RR que tenha realmente pedido desculpas ao autarca de Loures, preferindo não comentar o caso.

Já o presidente do PSD, Luís Montenegro, aproveita o momento para apontar o dedo aos socialistas, salientando que “é muito sintomático que o PS reaja mal”, conforme declarações à RR.

Montenegro lamenta ainda que os socialistas não tiveram “a humildade de ouvir as críticas ao Governo”. Algo que considera especialmente grave no caso de Luísa Salgueiro que é “presidente de uma Associação dos Municípios que contempla presidentes de Câmara Municipal do partido dela, mas também do PSD, do PCP, de todas as forças políticas e até de cidadãos e grupos independentes”.

ZAP // Lusa

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17 Comments

  1. E alguém tem que ouvir aquele homem falar? Ele agora é um cidadão como outro qq, ouve quem quiser ouvir. O Montenegro é que saiu, mas foi pelo pé do Cavaco….

  2. Cavaco ainda faz tremer muita gente. Não é um homem de complacências, mas de ataque direto. É o que falta na classe política de hoje. Por isso é que o país está um cangalho. É só amadores, oportunistas e ladrões.

  3. E o que dizem agora o Governo e o PS sobre a crítica do atual Presidente da República relativa ao seu programa da habitação para o País, quando afirma que é “inoperável” e “uma lei cartaz”?

  4. Não têm o habito de receber criticas, julgam ser os donos disto tudo. São arrogantes. Mas o povo ancha que estamos bem. Siga a festa .

  5. «…Desde um extremo ao outro do espectro partidário português, estes partidos são todos iguais no seu conservadorismo de regime. Fingem se combater uns aos outros, só para enganar os Portugueses mais distraídos.
    Porém, estão alinhados, todos e ainda que em estilos diversificados, sob as mesmas batutas que controlam a imposição do sistema político-constitucional ainda vigente…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»

  6. Onde está estipulado , o dever de ter que ficar com o rabo pregado numa cadeira , a ouvir discursar um Politico ou seja quem for , se no fim de contas o discurso não corresponde ao que esperava-mos ouvir ? . Será que somos obrigados a ouvir o que consideramos descabido ? . Quantas vezes na Assembleia da Republica , en sinal de desacordo , Deputados se ausentam do hemiciclo ? . Pessoalmente , Eu nem me daria ao trabalho de me deslocar para aturar este ex. Presidente , cuja reputação não é a melhor , para dar lições de moral ! . Agora , claro , há quem tenha a memoria curta e seletiva ! : Os sucessivos “Desgovernos” , só conseguiram levar o País ao estado en que se encontra .

  7. Só por “cegueira política” é que estes membros do PS tomaram a lamentável posição que tiveram. A “ditadura” de pensamento, de expressão e de obediência ao partido, não lhes permite ouvir / aceitar opiniões contrárias às suas. Muito lamentável, a democracia perde com estes representantes..

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