Dias depois da entrevista do Presidente da República, o primeiro-ministro afirmou: “cansado?” Não me compete fazer comentário político, mas encontrar soluções”.
Essa afirmação, segundo o Público, foi uma alfinetada a Belém. António Costa continuou: “os portugueses escolheram-me pata prosseguir uma governação” e a maioria “não é requentada, até porque a maioria dos ministros são novos”. “Era o que faltava estarem cansados”, disse, na conferência de imprensa da cimeira ibérica.
Sobre o grupo de militares que se recusou a cumprir uma missão no navio NPR Mondego, por alegada falta de condições de segurança da embarcação, Costa remeteu para o almirante Gouveia e Melo o assegurar da “disciplina, ordem e prontidão de todas as forças sob o seu comando”.
A cimeira ibérica de Lanzarote terminou num clima de convergência entre os dois países, destacando-se os acordos alcançados nas áreas da cultura e da educação.
Portugal comprometeu-se com uma série de ‘missing links’ rodoviários ao longo da raia e ferroviários, nomeadamente a linha de alta velocidade Évora-Badajoz, que permitirá ir de Lisboa a Badajoz em 01:50.
Durante o encontro, Costa lamentou que a proposta da Comissão Europeia para a reforma do mercado de eletricidade seja uma “proposta muito tímida”, defendendo a solução ibérica para a Europa, separando “o mercado da eletricidade do mercado do ás” no que toca à definição dos preços de energia.
O próximo semestre europeu, cuja presidência estará a cargo de Espanha, deverá ser a oportunidade para lançar o Acordo de Associação com o Mercosul. Este é um mercado com 300 milhões de habitantes, integrado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, mas que pode suscitar resistências em alguns países do centro europeu.
Na cimeira foram assinados 11 memorandos para questões como o estabelecimento de um Prémio Magalhães-Elcano para a promoção dos oceanos e ecossistema marinho; a recuperação e valorização de aldeias transfronteiriças; mais cooperação no ensino superior e promoção de estágios na raia; criação de escolas bilingues, de uma agenda cultural comum e de um ciclo dedicado aos 50 anos de democracia.