A Presidente da Moldava, Maia Sandu, revelou esta segunda-feira que Moscovo tem um plano para derrubar o governo do país, colocar a nação “à disposição da Rússia” e descarrilar as suas aspirações de um dia aderir à União Europeia (UE).
Estas informações surgem uma semana após o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, ter dito que os serviços secretos ucranianos intercetaram informação relativa a um plano que estaria em preparação pela Rússia para atacar e desestabilizar a Moldova – dados esses partilhados com as autoridades de Chisinau.
O plano avançado pela chefe de Estado da Moldova envolve ações com a participação de indivíduos com treino militar, vestido à civil, que irão empreender atos violentos, atacar alguns edifícios estatais e até fazer reféns.
“O objetivo destas ações é derrubar a ordem constitucional e mudar o poder legítimo de Chisinau para um poder ilegítimo, o que colocaria o nosso país à disposição da Rússia, a fim de parar o processo de integração europeia”, indicou Sandu, frisando: “as tentativas do Kremlin de trazer violência ao nosso país não são aceites”.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há quase um ano, a Moldova, uma antiga república soviética de cerca de 2,6 milhões de pessoas, tem procurado estabelecer laços mais estreitos com os seus parceiros ocidentais. Em junho de 2022, foi-lhe concedido o estatuto de candidato à UE, no mesmo dia que à Ucrânia.
Sandu contou que, entre outubro e dezembro, a polícia moldava e o Serviço de Informação e Segurança intervieram em “vários casos de crime organizado e interroperam as tentativas de violência”.
Durante o ano passado, a Moldova enfrentou uma série de problemas, incluindo uma grave crise energética; uma inflação vertiginosa; e vários incidentes envolvendo mísseis que atravessaram o país e detritos que foram encontrados no território. As autoridades moldavas confirmaram que outro míssil tinha entrado no seu espaço aéreo na sexta-feira.
Sandu disse que a Rússia quer utilizar a Moldova na guerra contra a Ucrânia e que as informações obtidas pelos serviços de informação continham o que descreveu como instruções sobre as regras de entrada no país para cidadãos da Rússia, da Bielorrússia, da Sérvia e de Montenegro.
“Asseguro-vos que as instituições estatais estão a trabalhar para evitar estes desafios e manter a situação sob controlo”, declarou Sandu.
A chefe de Estado referiu igualmente que o Parlamento da Moldova deve adotar projetos de lei para equipar o Serviço de Informação e Segurança e o Ministério Público com os “instrumentos necessários para combater mais eficazmente os riscos”.
A Presidente acrescentou que o plano russo “depende de várias forças internas, especialmente de grupos criminosos”, indicando os nomes de oligarcas moldavos, Ilan Shor e Vladimir Plahotniuc, atualmente no exílio. Ambos foram sancionados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido no ano passado.
Em 2022, uma série de protestos organizados pelo partido Partido Shor, aliado da Rússia, abalou a Moldova.
Na sexta-feira, a primeira-ministra da Moldova, Natalia Gavrilita, demitiu-se do governo. No mesmo dia, Sandu nomeou o seu conselheiro de defesa e segurança, o economista Dorin Recean, para ocupar o cargo.
No mesmo dias, após as autoridades moldavas terem confirmado o incidente do míssil, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, disse que “a Rússia tem apoiado durante anos” campanhas para desestabilizar a Moldova.
Na realidade em português (pelo menos o de Portugal) o país chamava-se Moldávia mas como o Carlos Fino, creio que por ser casado com alguém do leste, chamava-lhe “Moldova”, toda a imprensa decidiu copiar o colega.
Será isso a evolução de uma língua?
“Moldova ou Moldávia?
A Moldávia é um dos vários países que surgiram após a dissolução da União Soviética, em 1991. Mas afinal, como se diz o nome do país? Moldova ou Moldávia?
Há documentos oficiais do Governo português com as duas nomenclaturas, mas o termo mais correto é Moldova, uma vez que a palavra Moldávia é ambígua, porque se refere também à zona geográfica que inclui alguns territórios da Roménia, Ucrânia e da Transnístria.”