Rede social ficou praticamente em modo de leitura e Space X limita a utilização do sistema Starlink. E ainda protagonizou um despedimento peculiar.
Ver o nome de Elon Musk associado a polémicas não é propriamente novo, nem original. Mas, em poucas horas, o multi-milionário viu-se envolvido em dois problemas com uma escala diferente.
Comecemos pelos dois menos importantes. Ambos relacionados com o Twitter.
Na quarta-feira à noite, durante cerca de uma hora, ninguém conseguiu publicar naquela rede social. Quem tentasse publicar algo, via o aviso: “Atingiu o seu limite diário de publicações”.
O aviso aparecia mesmo para quem nem tinha publicado nada ao longo do dia.
Também não se podia partilhar publicações, nem responder, nem se conseguia aceder às mensagens directas.
Não é possível pedir justificações ao departamento de imprensa do Twitter – porque não existe. Esse departamento desapareceu quando Elon Musk passou a ser dono da rede social, no ano passado, lembra o jornal The Guardian.
Mas este problema surgiu horas depois de ter sido lançado uma novidade para os subscritores do serviço Twitter Blue: publicar tweets com até 4 mil caracteres.
O desenvolvimento de novos recursos foi interrompido por ordem de Musk, revela o The Information. Porquê? Para os engenheiros assegurarem que o Twitter vai funcionar em pleno no próximo domingo, dia do Super Bowl, a final da mediática Liga de futebol americano (NFL).
Isto levou a uma conclusão na revista Vice: eis que “finalmente, Elon Musk destruiu o Twitter”. Esta falha global estará relacionada com o facto de, agora, o Twitter ter cerca de mil funcionários (apenas 500 engenheiros), quando tinha 7 mil há uns meses, antes de Musk passar a controlar as operações. E já havia “rachas” antes desta interrupção.
Despedimento peculiar
No dia seguinte, surge a notícia de que Elon Musk despediu um engenheiro do Twitter porque este sugeriu que o alcance da conta de Musk caiu porque o próprio Musk é agora menos popular no planeta.
O portal Platformer detalha a reunião. O patrão queixou-se que a sua conta começou a ser menos popular desde Abril, quando apareceram os primeiros rumores sobre a compra do Twitter.
“Isto é ridículo. Tenho mais de 100 milhões de seguidores e estou a ter apenas algumas centenas de milhar de impressões”, disse Elon Musk.
O tal engenheiro mencionou a sua queda de popularidade e até terá mostrado relatórios e gráficos para confirmar essa tendência.
Elon Musk foi rápido a reagir: “Estás despedido, estás despedido!”.
Os engenheiros que não foram despedidos ficaram com uma tarefa: verem quantas vezes os seus tweets estão a ser sugeridos.
Ucrânia furiosa
Noutro contexto, a SpaceX anunciou que a Ucrânia passa a estar mais limitada na utilização do sistema Starlink, de internet por satélite, sobretudo no controlo de drones ucranianos.
A empresa fundada por Musk tem fornecido internet à Ucrânia através do Starlink. Ligou a Ucrânia à sua rede de satélites de internet, poucos dias depois do início da guerra, permitindo que Ucrânia se ligue à rede sem precisar de cabos.
Mas agora as permissões mudaram: “O Starlink não é para ser usado como arma. Os ucranianos usaram-no de formas que não eram nossa intenção e que não fazem parte de qualquer acordo”, justificou o presidente Gwynne Shotwell.
A Ucrânia ficou “furiosa”, salienta o The Guardian. Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente Zelenskyy, escreveu que a SpaceX tem de decidir: “Ou fica do lado do direito à liberdade, ou do lado da Rússia e do seu ‘direito’ de matar e de anexar territórios”.
O responsável das forças armadas Vitaly Ovcharenko reforçou: “Musk não pode falar mais de valores e de democracia. Ao cortar uma oportunidade de os ucranianos se defenderem, Musk está diretamente a matar cidadãos ucranianos”.