“Areia para os olhos das pessoas”. Governo quer vincular professores após três contratos

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Paulo Novais / Lusa

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira.

O Governo quer vincular professores após três contratos. O secretário-geral da Fenprof diz que não passa de “areia para os olhos das pessoas”.

Uma greve de professores que se vai prolongar durante 18 dias arranca esta segunda-feira e realiza-se por distritos, começando em Lisboa, para onde está marcada uma concentração na Praça do Rossio.

A greve foi convocada por uma plataforma de oito organizações sindicais: Fenprof, a ASPL, a Pró-Ordem, o SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU.

Depois do primeiro dia em Lisboa, a paralisação prossegue em Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando no Porto no dia 8 de fevereiro.

O Executivo estará mesmo a considerar poder admitir nos quadros da Educação Nacional os professores ao fim de três anos completos de serviço a contrato, segundo o Público.

A RTP avança que o Governo vai levar três propostas concretas para a mesa de negociações, sendo que a grande novidade está na vinculação.

O Governo quer ainda aprofundar a proposta de reconfiguração dos quadros de zona pedagógica, potencialmente reduzindo o tamanho das áreas para diminuir as deslocações dos docentes.

Além disso, de acordo com a RTP, vão ser abertos lugares de quadro de escola, em detrimento de outros tipos de vínculo, para fixar os professores em escolas concretas.

“Areia para os olhos das pessoas”

O secretário-geral da Fenprof considera que as medidas que o Governo deverá apresentar nas negociações são “areia para os olhos das pessoas”.

“Aquilo que o Governo está a dizer não passa de areia que é atirada sobre os olhos das pessoas para que não se veja aquilo que está verdadeiramente em causa. Porque nada disso é novidade e, sobretudo, nada disso é claro. Se o Governo quer ter uma posição clara sobre as matérias, tem que enviar documentos”, avisa Mário Nogueira.

O secretário-geral da Fenprof critica o Ministério da Educação por não enviar um documento aos sindicatos antes das negociações, para que estes o possam apreciar e avaliar.

Em vez disso, argumenta o sindicalista, o Governo manda umas “dicas” e “generalidades” para a comunicação social. “O que eles estão a dizer é zero”, alerta.

Em declarações à Renascença, Mário Nogueira diz ter “mais dúvidas do que certezas” no que toca às propostas do Ministério.

“Não diz nada. São três contratos de seis meses, de um ano?”, questiona. “Pode parecer que é muito bom, mas do que temos ouvido, não faz elevar nenhuma expetativa”.

A Federação Nacional de Educação (FNE) avisa que os professores esperam mais esforço do Governo na próxima ronda de negociações. A FNE diz que as propostas do Governo não acrescentam nada de novo.

O secretário-geral da Federação Nacional de Educação, João Dias da Silva, não vê nada de novo nisto.

Também o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas pede mais esclarecimentos. À Antena 1, Filinto Lima salienta que são necessárias mudanças efetivas em relação ao que já existe.

Daniel Costa, ZAP //

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2 Comments

  1. Greves LEGÍTIMAS mas… em que o aglomerado de pessoas à porta das escolas – mais alunos do que professores – se “evaporam” logo que os directos das TVs desligam as câmaras, como aconteceu esta manhã aos portões da Escola Luísa de Gusmão em Lisboa???

  2. Mais uma proposta inútil! É de lei vincular o trabalhador ao final de 3 contratos anuais consecutivos! Essa lei já existe… Pelo amor da Santa…

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