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Arrendamento em 2023: menos imóveis e mais incumpridores

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khamkhor / Pixabay

Rua em Birmingham

“Sensação de que existirão menos imóveis disponíveis” e de que o incumprimento vai aumentar.

Os proprietários estimam que o segmento de arrendamento se vai evidenciar pela negativa neste ano, havendo uma “sensação de que existirão menos imóveis disponíveis”, segundo um inquérito da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP).

“Para além de um sentimento de que o incumprimento vai aumentar, há a sensação de que existirão menos imóveis disponíveis para arrendar junto dos proprietários auscultados (resposta expressa por 53% dos proprietários que participaram nesta sexta edição do Barómetro da ALP)”, refere o VI Barómetro ALP, cujos resultados foram hoje divulgados.

De acordo com os resultados do inquérito, 40% dos entrevistados vão manter a forma como praticam o arrendamento, ao passo que “um terço dos respondentes refere que este ano irá apenas celebrar novos contratos de arrendamento com a duração mínima e não renováveis”.

Entre os fatores que perturbaram mais a confiança dos proprietários para este ano estão a “imposição da norma-travão aos aumentos” e “a manutenção injustificada do congelamento das rendas anteriores a 1990”.

“Foi, aliás, a medida mais apontada pelos respondentes como a que mais feriu a sua confiança – apontada por 54% dos respondentes. Segue-se, com 50% das respostas, a manutenção injustificada do congelamento das rendas anteriores a 1990”, refere o barómetro.

No documento, metade dos proprietários reclamam ainda ter sofrido atos de vandalismo nos seus imóveis, sendo que 83,4% “não conseguiu ser ressarcida pelos prejuízos causados pelos seus inquilinos”.

Entre os fenómenos mais comuns registados estão lixo e sujidade (80,5%) ou danos nas paredes (74,4%) ou revestimentos (67,7%).

Pouco menos de um quinto dos senhorios queixa-se ainda de ser alvo de assédio e que é “uma profissão de risco no sentido da segurança dos bens, mas também da própria integridade física”.

“As ameaças presenciais representam a maior fatia de respostas (40%), seguidas das ameaças telefónicas (36,5%) e ameaças escritas (33%). Uma fatia de 16,7% já foi alvo de assédio pelos inquilinos na rua ou em espaço público”, refere o barómetro.

Processos de despejo

Cerca de 60% dos proprietários com rendas em atraso dos inquilinos admitem instruir um processo de despejo, segundo um inquérito da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), representando um aumento de 14 pontos percentuais face aos resultados apresentados em 2022.

De acordo com o VI Barómetro ALP, cujos resultados foram hoje divulgados, 29,1% dos proprietários tem inquilinos com rendas em atraso, contra cerca de 40% no início de 2020.

Entre os que enfrentam falhas num cumprimento do contrato, 33,7% tem entre dois e três meses de renda em atraso e 31,6% tem “mais de seis meses de rendimento em falta”.

Mais de um quinto (22,1%) tem até seis meses de renda em atraso e 12,6% dos proprietários reportaram um mês de renda por receber.

Para este ano, “a esmagadora maioria dos participantes” – 83,8% – está segura de que “os níveis de incumprimento do pagamento de renda pelos inquilinos vão aumentar durante o próximo ano”, enquanto 15,6% estima que se mantenham e os restantes que diminua.

Ainda assim, quase dois terços dos proprietários (61,6%) estimam aumentar as rendas em linha com o valor da inflação, confirmada na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que em 2022 foi de 7,8%.

Já 17,2% devem manter os valores e 21,1% vão aumentar as rendas abaixo do valor da inflação.

O barómetro recolheu respostas entre 29 de novembro e 09 de dezembro, através de um questionário anónimo partilhado junto dos associados da ALP e dos seguidores nas páginas no Facebook e Linkedin, reunindo 330 respostas.

A grande maioria dos participantes (92,4%) é proprietária de imóveis colocados no mercado de arrendamento tradicional e 56% têm propriedades com rendas congeladas de contratos anteriores a 1990.

Mais de metade (56%) da amostra é proprietário de até cinco imóveis urbanos e 19% das respostas são provenientes de proprietários que detêm até 10 imóveis no mercado de arrendamento.

// Lusa

2 Comments

  1. Imóveis construídos para habitação não podem ser colocados para alojamento local, turístico, temporário, ou de curta duração, é proibido por Lei, e em relação aos arrendamentos basta revogar a inconstitucional, criminosa, e ilegal «Lei das Rendas», elaborada pela ex-Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Maria Graça, e o problema deixa de existir.

  2. 1 cama 300 eur. , em apartamentos arrendados ao senhorio, recibo, não. Quarto a 500 eur. recibo não, Quantos milhares de euros são roubados ao fisco de quartos e camas arrendadas. As finanças a dormir. Depois de 50 anos de rendas de miséria durante a ditadura, nunca o governo pensou em indemnizar aos senhorios por manter os seus inquilinos portugueses a preços baixo assim o salario dos portugueses eram miseráveis e os funcionário saiam baratos aos governos, agora que facilitaram os despejos dos portugueses, os pisos são rendados aos estrangeiros a preços muito mas caros agora o governo quer indemnizar aos senhorios para que baixem as rendas. Estamos todos loucos?

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