51 doentes em Portugal já passaram por esta nova imunoterapia com células CAR-T. Segue-se Coimbra, ainda no primeiro trimestre de 2023.
A terapia inovadora contra o cancro, utilizando células CAR-T, já foi aplicada em pelo menos 51 doentes em Portugal e está quase a chegar a Coimbra.
Depois do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, do IPO de Lisboa e do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, será a vez do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
O CHUC espera aplicar pela primeira vez esta recente imunoterapia até Março deste ano, indica o jornal Público.
As células CAR-T são células do doente para criar uma resposta imunitária contra o cancro.
Retiram-se linfócitos T (células do sistema imunitário responsáveis pelas nossas defesas contra agentes patogénicos) ao próprio doente e acrescentam-se “receptores quiméricos de antigénio” (CAR, em inglês).
A partir daí, esses receptores que são acrescentados conseguem que os linfócitos T modificados identifiquem os antigénios (moléculas estranhas ao nosso organismo) específicos das células cancerosas.
Cada CAR-T é feita para um antigénio específico.
O doente, tendo já as células CAR-T (receptor + linfócito T), terá os linfócitos T modificados que vão identificar e atacar as células cancerosas, para eliminá-las a seguir.
Um grande avanço deste tratamento, explica a directora do CHUC Catarina Geraldes, é que é aplicado em doentes que só estavam a passar por cuidados paliativos: “Porque estavam esgotadas as opções eficazes”.
O IPO do Porto já tratou 42 doentes com esta terapia, com taxa de sucesso de 40% e com 12 pessoas que, mesmo assim, morreram. O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte tratou cinco doentes: três com o processo em curso e uma que morreu.