Portugal vai receber menos 235 milhões por mês do BCE

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Christine Lagarde

Há uma média mensal de 24,107 mil milhões de euros que atingem o prazo entre março e novembro de 2023. Se se considerarem outros ativos, o valor sobe para 30,172 mil milhões.

As novas linhas gerais do Banco Central Europeu (BCE) podem levar Portugal a perder cerca de 235 milhões de euros por mês. Como consequência da inflação, e das tentativas para a travar, o organismo liderado por Christine Lagarde já havia anunciado que iria acabar com a compra líquida de dívida, concentrando-se no reinvestimento dos montantes dos títulos que iam atingindo as maturidades. Esta parece ser, por isso, uma nova fase da estratégia, sendo que o valor começa a ser reduzida em março.

Segundo o Jornal de Negócios, que cita os dados das maturidades públicas detidas pelo BCE, há uma média mensal de 24,107 mil milhões de euros que atingem o prazo entre março e novembro de 2023. Se se considerarem outros ativos, o valor sobe para 30,172 mil milhões.

“O BCE decidiu que, no início, a ausência de reinvestimentos será numa média mensal de 15 mil milhões de euros. É assim 49,71% do total médio mensal de amortização de 30,172 mil milhões de euros”, apontou Eric Dor, diretor de Estudos Económicos na escola de gestão IESEG, citado pelo mesmo jornal.

Atualmente, Portugal representa 1,964% do total de obrigações dos Estados detidas pelo Eurossistema em função dos programas APP e PSPP. Como tal, o economista estima que, assim, vão atingir o prazo, em média mensalmente, 474 milhões de euros em dívida pública portuguesa pelo que a ausência de reinvestimentos deverá ser de 235 milhões de euros.

“Em suma, a média mensal do decréscimo do ‘stock’ de dívida pública de Portugal detida pelo Eurossistema deverá ser de 235 milhões de euros no início do QT [quantitative tightening]”, continuou o economista.

Também Christine Lagarde já tinha reconhecido que seria afetado cerca de metade do valor das obrigações que atingem os prazos a partir de março de 2023. Este foi também o motivo para a escolha do montante, após ter sido consultado o mercado. Por agora, foi assim ao longo de quatro meses, sendo que após esse período serão reavaliados os parâmetros para perceber como é que os investidores estão a reagir ao recuo do BCE.

Ainda assim, é de ressalvar que no caso português não é expectável um cenário de pânico.

ZAP //

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